2005/06/30

Daisy: 2 anos

A Daisy faz hoje dois anos.
Parabéns... ;)

2005/06/23

Guimarães, batalha de S.Mamede, 1128

A minha breve e singela homenagem a Guimarães e às suas gentes, de onde nasceu Portugal, em 24 de Junho de 1128.

2005/06/22

País em chamas?

Arde leve, levemente,
como quem faz greve por mim,
será requisição, será o vento?
O vento não é certamente
E a greve não se combate assim.

Perdoem o trocadilho, mas num dia em que os incendios consomem casas e milhares de hectares pelo país fora, em que dois tribuinais tomam medidas opostas sobre uma questão igual (a requisição civil do Ministério da Educação que implica os serviços mínimos em formato máximo e nacional contra as greves regionais convocadas pelos sindicatos dos professores) e em que os policias se manifestam em enorme número (segundo alguns orgãos de comunicação social, serão mais de 4000) pelas ruas de Lisboa e com uma temperatura tão alta e um ar tão seco (cerca de 20% de humidade) não me resta muito mais a dizer.

Dizer que o governo tem tiques de ditadura foi coisa que já ouvi várias pessoas dizerem. Dizer que pretendem fechar fábricas em Portugal e transferir a produção para a Galiza, onde o IVA vai ser menor, o IRC é menor, o gasóleo é mais barato e a energia electrica também é mais barata, também já ouvi dizer alguns empresários. Dizer que aumentar impostos sem diminuir as despesas próprias não adianta para nada pois foi a medida usada por António Guterres (aumento do IVA de 16% para 17%, criação do imposto sobre os dividendos na bolsa e outras soluções dessas) e por Durão Barroso (aumento do IVA de 17% para 19%) também ouvi alguém dizer, nomeadamente a União Europeia que não ficou satisfeita com as medidas apresentadas pelo pseudo-Ministro das Finanças por serem insuficientes.

Por isso, não digo mais nada. Apenas que estamos a caminhar alegremente para o abismo e o nosso Presidente demorou 9 anos e 5 meses para começar a presidir! Durante 6 anos foi o Presidente do "deixa andar", pois nunca se ouviu qualquer palavra sobre o monstro de Guterres criou e alimentou até ao pantano final. Depois foi o Presidente "atento" que ia, a espaços, dando sinais de estar atento a pormenores da governação como aquela célebre frase de "há mais vida para além do défice". Por último, temos agora a versão do Presidente "machão" que afinal até diz umas coisas fortes... Eu até concordo com a questão dos bancos, mas qual é a moral desse senhor que nunca até aqui disse nada de interesse sobre isso, quye deixou a situação agudizar-se e nunca tomou nenhuma posição? Agora, depois de assentar a poeira, aposto que aquilo que disse vai ser desconsiderado e esquecido rapidamente...

É este o nosso país... Ou então é o calor que nos está a fazer mal à cabeça a todos...

2005/06/20

101 dias de Sócrates...

...e alguns números mais para analisarmos!

101 dias de Governo.
100 problemas que não existiam e que foram criados.
99 problemas existentes por resolver.
45% nas legislativas de Fevereiro e as expectactivas para as autárquicas de Outubro já é terem menos câmaras que o PSD, logo é perderem as eleições, segundo o Público de hoje...
21% de IVA.
13 admissões, em média, para lugares de mera confiança política por dia (como motoristas de ministros, por exemplo).
6,83% de défice previsto que qualquer ministro das finanças e primeiro-ministro interessado em governar teriam facilidade em controlar para números bem mais normais.
5 pontos de diferença entre o IVA em Portugal e em Espanha (21% contra 16%).
1 greve antes de completar cem dias de governo, muitas mais marcadas para esta semana.
0 problemas resolvidos, 0 promessas eleitorais cumpridas.

Como diria o Gabriel Alves nos seus melhores tempos, "temos homem"!

2005/06/17

Novo teste de personalidade política

Fiz um novo "teste de personalidade política" no site Advocat e voltou a confirmar o meu posicionamento, em relação à bussola política que fiz no Público há uns tempos atrás, em Abril, salvo o erro.

ACCORDING TO YOUR ANSWERS,

The political description that
fits you best is...

CENTRIST

CENTRISTS espouse a "middle ground" regarding government control of the economy and personal behavior. Depending on the issue, they sometimes favor government intervention and sometimes support individual freedom of choice.
Centrists pride themselves on keeping an open mind, tend to oppose "political extremes," and emphasize what they describe as "practical" solutions to problems.

The RED DOT on the Chart shows where you fit on the political map.

Linha de Rumo n.º 71 - Guimarães vai vencer.

Ainda estaremos a 4 meses das eleições autárquicas, mas o espírito e o ambiente já é claramente de campanha eleitoral. Talvez por culpa dos prazos alargados que um processo destes envolve e de parte deste prazo coincidir com o período de férias da maioria dos portugueses, estas eleições para muitos portugueses só se vão reflectir no seu regresso de férias, mas para quem está envolvido no processo há muito que o “stress” bateu à porta.
É um processo complicado neste concelho devido à sua dimensão (afinal formar listas em 69 freguesias, Assembleia Municipal e Vereação envolve cerca de mil pessoas) e às características sociais do município e dos portugueses em geral. Afinal, todos sabemos que temos sempre uma palavra de protesto a dizer sobre quem nos governa – desde a freguesia ao país – mas depois poucos têm depois a disponibilidade para participarem neste processo fundamental que é o de escolhermos aqueles que nos governam.
E é por isso também que é de louvar o acto protagonizado por Rui Vítor Costa no passado sábado. Porque avançar com uma candidatura ao município vimaranense, depois de 16 anos de oposição, portanto contra 16 anos de poder socialista, mais do que um acto de coragem é um acto de cidadania fundamental na democracia. Só por isso, Guimarães já venceu!
Talvez também por isso foi honrado com a presença do líder nacional do PSD, Luís Marques Mendes, que terá querido assim mostrar a aposta política neste concelho e dar o seu aval de político e de credibilidade ao candidato. Só por isso, Guimarães já venceu!
E quem é Rui Vítor Costa, para além do candidato e político que é já conhecido, para conseguir trazer um líder nacional à sua apresentação de candidatura?
Antes de mais, é uma pessoa. E é importante reforçar esta ideia porque nestas campanhas amiúde se entra no campo do insulto pessoal. Mas é uma pessoa com um percurso político coerente, um verdadeiro social democrata, com preocupações sociais demonstradas pelo forma como geriu a pré-campanha com temas como o Emprego, a Descentralização ou a Transparência na administração da coisa pública. É uma pessoa que tem ideias e um projecto para Guimarães, que quer fazer um município moderno, com mais qualidade de vida, melhor ambiente, melhor urbanismo, melhor mobilidade, mais vocacionado para atrair investimentos. É um dos mais conceituados ambientalistas de Guimarães, não daqueles que nos habituamos a ver nos noticiários com acções radicais, mas antes com um extenso currículo académico e profissional. É uma pessoa que toma decisões colegiais e submete as suas ideias ao restante grupo para discussão e aprofundamento das mesmas, que gosta de ouvir a sociedade civil para além do partido; é portanto uma pessoa que não tem medo da democracia, um verdadeiro democrata! É uma pessoa nova, com vontade de trabalhar, com ideias modernas e que tem novos métodos para imprimir um novo fulgor e capacidade reivindicativa do município vimaranense junto das instituições governamentais.
E é por isso que aqueles que com ele têm laborado nesta já longa caminhada autárquica estão confiantes que a mensagem passará e se espalhará, podendo culminar com alguma pequena surpresa para alguns em Outubro próximo.
Porque sejamos claros, a vitória de Rui Vítor Costa, qualquer que seja o seu resultado, é um dado adquirido desde já, pois teve a capacidade, a vontade e o empenho de conseguir levar a sua candidatura até ao acto eleitoral num município (e porque não dizê-lo, num distrito) cheio de obstáculos difíceis de superar.
Porque sejamos claros novamente, a vitória de Rui Vítor Costa, qualquer que seja o seu resultado, será sempre uma vitória dos Vimaranenses que terão sempre uma pessoa disponível e um cidadão exemplar para os servir no posto que estes considerarem justo lhe entregar, pois Rui Vítor Costa lidera uma candidatura que não é contra ninguém, é favor dos vimaranenses, de todos os vimaranenses.
E é por isso que Guimarães vai vencer. Ou, se preferirem, só por isso, Guimarães já venceu!

2005/06/15

Plano de intervenção para o Vale do Ave alargado às Terras de Basto

Ele há coisas diabólicas!

Há uns dias atrás, mais prorpiamente na noite de 6 de Junho, na Assembleia Municipal de Guimarães tive a sorte de ouvir a intervenção do deputado José Lopes, do PS e também chefe de gabinete do Governador Civil, a perorar sobre a falta de eficácia do programa PIAVE em termos por vezes pouco próprios virado para os vereadores da oposição e tentando fazer chacota do deputado do PSD qque em Outubro do ano passado naquela Assembleia apresentou em primeira mão o plano VIA que acabou por ser transformado pelo executivo do então Primeiro Ministro Santana Lopes no Programa PIAVE e que, miraculosamente, em Setembro, a recuperação ia chegar em Setembro, conforme descrevi neste post do Observador Cósmico.

Agora imaginem qual não foi o meu espanto quando leio nesta noticia do Correio do Minho que "Plano de intervenção para o Vale do Ave alargado às Terras de Basto" a pedido do Presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto que alega este plano se tratar "de um plano que visa a implementação de medidas activas de promoção de emprego e de formação profissional, de modo territorializado, indo ao encontro das necessiades sócio-económicas, bem como da realidade regional e local que se encontra fragilizada e assim melhorar os seus resultados em prol das pessoas que aqui residem".

E qual é o problema?, poderá algum mais desatento leitor perguntar-se.

O problema é que o Presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto chama-se Joaquim Barreto e para além de socialista é o actual presidente da Federação Distrital de Braga do PS... da qual faz parte a concelhia de Guimarães e o seu militante com cargo distrital José Lopes! Afinal, em que ficamos? O Programa PIAVE presta, como diz a Distrital, ou como diz a Concelhia, não? É uma solução pró-activa como defende Joaquim Barreto ou segundo José Lopes não serve para nada?

Pois é, assim vai o PS em Guimarães... Volta, César Machado, que tanta falta fazes naquela bancada...

Vimaranense atento?

Mas não muito...

Afinal, devia saber que, em primeiro lugar, aqui pelo "Berço da Nação" muito mais importante do que o 10 Junho é a data que cá é quase unanimemente considerada a data fundadora da nossa Nação, o 24 de Junho! E eu estou plenamente de acordo. para além do 10 de Junho ser o "velho" Dia de Portugal do tão odiado velho regime mas com um nome diferente, é uma data muito pouco simbólica. Já a nossa Batalha de S.Mamede, acto fundador daquilo que levou à criação do Reino de Portugal por D. Afonso Henriques é muito mais evocativo de Portugal. Ora como eu sou um defensor dessa data, para mim a única coisa de interessante que o 10 de Junho tem o facto de ser feriado...

Depois, se o vimaranense atento tivesse acompanhado o Observador Cósmico, teria percebido que quem como eu criticou a sumptuosidade (ou melhor, os gastos inerentes em período de crise) que tal comemoração custou aqui em Guimarães (gastos da CMG, da Presidência da República e sabe-se lá de quem mais...) nunca iria para lá participar e ainda por cima ouvir os discursos. Se falou o Benard da Costa ou outro qualquer, a mim passou-me ao lado... Aliás, aproveitei o dia para ir à Feira do Livro no Porto (que aqui não há...) e ao cinema.

Portanto, da próxima vez um pouco mais de atenção, se faz favor, e já agora menos colaboração com os gastos que as personalidades do país fazem em épocas que eles próprios anunciam de contenção!

A ternura dos 30?

Caro César, meu grande amigo, bem vindo ao clube dos 30!

Um grande e forte abraço, ainda vamos comemorar muitos 30's anos... A Sara bem tentou ligar, mas parece-me que já sei qual vai ser a tua prenda: um auxiliar de audição... ;)

Parabéns, sinceros como sabes que são, deste teu amigo.

2005/06/13

Luto nacional?

Mas que país é este que declara luto nacional pela morte de um ditador falhado que tentou instaurar uma "democracia avançada" (como o PCP classificou aquilo que o camarada Vasco tentou implantar por cá...) como aquelas que fizeram a alegria dos checoslovacos, romenos, jugoslavos ou russos e não o faz por causa de um dos seus nomes maiores da lingua e escrita portuguesa?

Para mim, o luto seria sempre por Eugénio Andrade e nunca pelo Álvaro Cunhal. Não faltava mais nada... Já agora, porque não também pelo camarada Vasco dos mandatos de detenção assinados em branco... Apre... Deve ser por estas e por outras que este país não tem emenda...

2005/06/12

O maior espetáculo do mundo

Assim se intitula esta crónica do Correio da Manha de hoje sobre o mega-concerto dos U2 em Bruxelas que iniciou a tornée europeia que culminará em 14 de Agosto em Alvalade.

E é ao ler esta noticia que mais revoltado ainda fico com o que se passou em Portugal com a pseudo-venda dos bilhetes para o nosso concerto. E que obrigou o meu primo a passar uma noite inglória no exterior do NorteShopping na vã esperança de lá conseguir os bilhetes. E nem com a minha tentativa de através de contactos de conhecidos me safei até agoar: nem a famosa "cunha" me valeu!...

Para registo fica o elogio ao nosso José Barroso entre as criticas que fez aos lideres mundiais e fica o alinhamento do concerto:
Vertigo
Until The End Of The World
The Electric Co.
Elevation
New Year’s Day
Beautiful Day
City Of Blinding Lights
Miracle Drug
Sometimes You Can’t Make It On Your Own
Love And Peace Or Else
Sunday Bloody Sunday
Bullet The Blue Sky
Running To Stand Still
Pride (In The Name Of Love)
Where The Streets Have No Name
One
Zoo Station
The Fly
Mysterious Ways
All Because Of You
Yahweh
Vertigo

2005/06/08

Alheamento "cósmico"

Nas últimas semanas, graças a uma combinação de diversos factores, a minha particpação tem sido menor aqui no Linha de Rumo.

Entre o trabalho, a preparação política das autárquicas (grande apresentação do Rui Vítor no passado sábado, com presença do Marques Mendes e mais de duas centenas de pessoas que enchiam a rebentar pelas costuras a sala do Hotel) e o calor que me está a deixar "zonzo" esta semana, o pouco tempo que tenho tido para "blagar" tenho investido no "Observador Cósmico", blog colectivo onde tenho a honra de participar e que, não é por lá escrever também, mas está com um excelente nível e merece a vossa visita.

A ver se nos próximos tempos retomo uma mais regular participação aqui...

2005/06/03

O elo mais fraco...

O elo mais fraco é, em teoria, o primeiro a quebrar.
Em politica, nem sempre o elo mais fraco é o que quebra primeiro, mas é sempre o que paga as “favas”!
Mais uma vez a teoria política confirmou-se quando o Primeiro Ministro preferiu ignorar o que se passava dentro de portas e pediu a todos os portugueses, isto é, aos do costume, que pagassem as “favas” do descontrolo e despesismo orçamental da super-estrutura que é o Estado português.
Medina Carreira, ex-ministro e “opnion-maker”, já advertiu várias vezes nos últimos anos que caminhamos alegremente para a insolvência se não emagrecermos rapidamente o peso do Estado na economia. Aliás, avisos semelhantes aos que outras pessoas como o Prof. Cavaco Silva fizeram também. Mas os governos têm mudado e as medidas têm sido sempre as mesmas…
Não ouvimos os governantes dizer que vão conter a despesa dos investimentos megalómanos como novos aeroportos, pontes ou o TGV. Não ouvimos os governantes dizer que as despesas administrativas são excessivas e que vão diminuir o orçamento destas. Porque todos nós temos consciência que os organismos públicos gastam dinheiros de mais em telefone, papel, consumíveis. Porque não há patrão, porque quem faz a gestão não depende da boa gestão para ter o ordenado no dia do pagamento, como acontece nos privados.
Há estudos que demonstram que o nosso esforço financeiro na educação e saúde é superior à média comunitária, mas que os resultados são claramente mais fracos. Isso significa que não temos de gastar mais dinheiro nesses (e noutros) assuntos, temos é de gastar muito melhor, com mais parcimónia e de forma a atingir determinados objectivos e não sem qualquer estratégia, como aparente acontecer na maioria dos casos.
Sabemos hoje que quem passa por lugares de chefia quer em organismos do Estado, quer empresas públicas, aufere ordenados inferiores aos praticados nos lugares privados mas obtém-se regalias que não estão ao alcance do comum dos mortais que nunca passou do privado. São subvenções vitalícias, algumas transmissíveis a mulheres e filhos, são direitos a reformas após ocupação de um cargo por um período de tempo que vai entre os 6 anos (no Banco de Portugal) até 12 anos (os Deputados), são carros topo de gama (a frota dos BMW’s do senhores juízes do Tribunal Constitucional) e sabe-se lá mais o quê: telemóveis, almoços, cartões de crédito, etc, etc, etc…
Portanto, nada mais lógico que o governante que pede ao Povo que faça sacrifícios pagando mais impostos directos como o IVA e o ISPP ou indirectos como o IRS e o IMI também ele fizesse algum sacrifício exemplificativo e implementasse medidas demonstrativas que também eles estavam dispostos a contribuir para o “bolo” dos dinheiros poupados.
Mas não é isso que se passa. Para além de medidas que se pretendiam emblemáticas estarem a ser adiadas – o fim da subvenção vitalícia dos deputados não deverá abranger quem no final desta legislatura atingisse esse direito, o levantamento do sigilo bancário deverá ser adiado para 2006… - começasse a descobrir coisas engraçadas como a acumulação de uma reforma por ter sido vice-presidente do Banco de Portugal durante 6 anos com o ordenado de ministro por parte de quem está a impor as medidas draconianas ou que o 1º ministro apenas vai pagar mais 23 contos de IRS no final do ano com as novas medidas implementadas. Este é exemplo que vem de cima…
E já agora, pergunto eu: quanto vai custar o cerimonial previsto para o dia 10 de Junho aqui mesmo em Guimarães? Convites para almoços e jantares “à pala” do contribuinte que circulam em grande quantidade por Guimarães, aluguer do Pavilhão Multiusos, dormidas de muitas das “Excelências” em visita nos melhores hotéis da cidade e vá lá saber-se o que mais? Não estamos em crise e contenção? Não pediu o Presidente de alguns portugueses sacrifícios aos portugueses todos?
Eu devo viver mesmo num universo paralelo, com toda a certeza…

2005/06/02

Ministro recebe reforma dourada

De O Independente de hoje:

"Luís Campos e Cunha acumula ordenado com uma pensão de 115 mil euros do Banco de Portugal. Este é o ministro que vai aumentar impostos para moralizar os gastos do Estado.
Luís Campos e Cunha, ministro de Estado e das Finanças, acumula o ordenado de 6759 euros com uma reforma do Banco de Portugal (BP) no valor de 114 mil 784 euros anuais (cerca de 23 mil contos). O ministro que pretende colocar as contas públicas em ordem e moralizar os encargos do Estado, com um pacote de medidas de austeridade, reformou-se aos 49 anos.Depois de exercer as funções de vice-governador do banco central durante seis anos consecutivos.
Entre Janeiro de 1996 e Abril de 2002, o professor de Economia trabalhou com os governadores da instituição, António Sousa e Vítor Constâncio.Quando terminou as suas
funções em 2002, a ministra das Finanças,Manuela Ferreira Leite, recusou conceder-lhe um novo mandato.
O “plano de pensões de reforma e sobrevivência” aplicável aos membros do conselho de administração do BP (plano III), que permite ao actual ministro a pensão de 114 mil
euros anuais, entrou em vigor em Fevereiro de 1998. Graças à nova lei orgânica do banco. O ministro das Finanças era António Sousa Franco. E foi Sousa Franco quem, por proposta do conselho de administração do BP, criou este novo regime de pensões contributivo.
António Sousa e Luís Campos e Cunha ocupavam, nessa data e respectivamente, os cargos de governador e vice-governador do banco central.
Aos membros do conselho de administração basta concluir um mandato para beneficiar do regime do Fundo de Pensões do BP. Além disso, foi nessa época que os salários
dos membros do conselho de administração também aumentaram. Os administradores deixaram de ser equiparados, para efeitos remuneratórios, a gestores públicos do grupo I. E obtiveram depois, segundo fontes do BP, prémios equivalente a duas
dezenas de salários. Em 2004, Luís Campos e Cunha declarou rendimentos que totalizam
216 300 euros. Os rendimentos de trabalho dependente renderam menos de metade do total: 101 516 euros. A pensão paga pelo Fundo de Pensões do Banco de Portugal foi
superior aos rendimentos obtidos por Campos e Cunha enquanto professor catedrático de Economia da Universidade Nova de Lisboa (UNL).
O ministro foi director da Faculdade de Economia daquela universidade pública.
Ou há moralidade... Luís Campos e Cunha, contactado pelo Independente, afirmou que este “é um direito adquirido, legal e legítimo. Qualquer pessoa, nas mesmas circunstâncias, teria direito à mesma pensão. A pensão está declarada no Tribunal Constitucional e sempre paguei impostos sobre essa pensão”. O ministro sublinhou que a sua pensão é “paga pelo Fundo de Pensões do Banco e não pela Caixa Geral de Aposentações, ou pela Segurança Social”. E afirma que a sua pensão “não será no futuro acumulável com outras pensões”. Em conclusão, o ministro Campos e Cunha diz: “Estou a cumprir rigorosamente a lei.”
As afirmações do ministro surgem três dias depois da reunião extraordinária
do Conselho de Ministros de 30 de Maio. O mesmo em que o governo decidiu promover a “revisão do regime legal aplicável ao exercício excepcional de funções por parte de
funcionários, agentes ou outros servidores do Estado, aposentados ou reservistas, ou em situação equiparada, de forma a impedir injustificadas e desproporcionadas situações de acumulação remuneratória”. Campos e Cunha afirma que a acumulação
da pensão com o vencimento de ministro é legal. O anterior ministro das Finanças,António Bagão Félix, tem também uma pensão do Banco de Portugal (embora diferente da do actual ministro).Mas suspendeu esse benefício enquanto esteve no
governo, como pode verificar-se nas declarações depositadas no Tribunal Constitucional. Já o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Carneiro Jacinto, afirmou ao Independente que o ministro “Freitas do Amaral não recebe nenhuma subvenção estatal, simplesmente porque a lei não o permite”.
Ou comem todos. O ministro das Finanças conseguiu um outro benefício no BP além da pensão.A declaração que depositou no Tribunal Constitucional indica que contraiu
um empréstimo para aquisição de habitação própria permanente. E,em Fevereiro de 2005, a sua dívida ao BP, no âmbito desse empréstimo, era de 55 899 euros. As condições dos empréstimos do BP são concedidas aos seus funcionários sob cláusulas
especiais: as taxas de juro estão muito abaixo das referências de mercado.
Uma regalia legal do BP. A lei orgânica do BP caracteriza a instituição como “uma pessoa colectiva de direito público, dotada de autonomia administrativa e financeira e de património próprio”. Mas o governador e os demais membros do conselho de administração são nomeados pelo Conselho de Ministros, sob proposta do ministro das Finanças."


Agora digam lá o que merecia este senhor que com a conivência do infante Sócrates anda a lixar a vida a meio Portugal que trabalha e vive há muito de cinto apertado...

2005/06/01

SMS de serviço para os campeões da selecção...

Tás de folga até pro ano. N venhas ou magoa-t, outros jgm, culpa de falhar o mundial é deles! O LFV n precisa d1 treinas novo? Eu dou 1 perninha, vota em mim pra treinas do SLB! Abr, Sargentão.

Já acabaram as mentiras eleitorais?

A resposta é dada pelo Governo em peso: NÃO!

A promessa dizia que ia criar 150 mil novos postos de emprego; hoje o Sr. Ministro veio esclarecer que até podem ser mais de 170 mil os empregos que a iniciativa privada vai criar... a partir de 2006, depois do desemprego ainda crescer mais um 17000 trabalhadores, diz o mesmo Ministro, ao longo deste ano de 2005 e parte de 2006...

Mais uma vez pergunto eu: alguém obrigou o candidato José Sócrates andar a afixar promessas que depois devia saber não serem possiveis cumprir? Conseguirá esse senhor hoje à noite encostar a cabeça no travesseiro e dormir sossegado e de consciencia tranquila?

Outro exemplo: no debate mensal no Parlamento, na semana passada, anunciou que os políticos deviam dar o exemplo nos cortes orçamentais e fez a proposta, com a devida pompa e circunstancia, de os deputados perderem o direito às subvenções vitalicias que tinham agora por cumprirem 12 anos de funções. Hoje foi tornado público que afinal essa medida vai ser progressiva e os deputados que nesta legislatura cumpram esse quesito não verão as suas expectativas defraudadas e terão direito à dita subvenção vitalicia. Coincidencia, 30 desses deputados são do PS...

É este o Governo que temos, um Governo ao pior estillo demagógico e populista. Hoje anunciamos uma reforma; amanhã, em função dos protestos, adequa-se a reforma para contentar alguns. Promessas, leva-as o vento...