2011/12/31

Retrospectiva de 2011 - Parte 2

Para concluir o ano neste blog, o 2º semestre:

Julho
Começou o Governo a governar de acordo com a realidade do país (uma novidade em décadas, talvez séculos...) e começou a "austeridade" com o anuncio do corte do subsidio de Natal deste ano em 50%. Foi um mês também muito marcado pelas polémicas na FCG, com zangas privadas a serem colocadas em público, na AM levando até à queda de Cristina Azevedo do cargo de presidente da FCG e com apresentações sobre as várias componentes da CEC2012 que eram não-apresentações, com a de artes e arquitectura no máximo esplendor quem que a programadora deve ter dito mais vezes as palavras "não sei" do que propostas finais e concretas que apresentou ou os encontros da comunidade em espaço exíguo e sem condições no calor da noite. No obituário ficou marcado pelo falecimento de Maria José Nogueira Pinto e pelo fim de uma era com o desaparecimento dos céus após última missão dos famosos vai-e-vem norte americanos que fizeram as delicias e parte das brincadeiras de infância de toda a minha geração e ainda pela loucura cometida na Noruega por um radical da extrema-direita (ou simplesmente louco?) que matou dezenas de pessoas numa ilha. Marcado ainda pelos 8 anos deste blog e pelos 12 da minha relação com a Sara, uma vida!

Agosto
Mês de férias por tradição, marcado por uma ida a Santiago de Compostela e pelo baptizado da Maria (a Truta mai'piquena!) com uma ida a Ruivães pela EN103, uma bela estrada que merece ser percorrida pelos cenários que oferece. Na CEC, nada de novo - nova direcção, mas continuou a confusão... Novidade apenas o surgimento de uma associação espontânea de cidadãos que, movidos por considerarem obscenos os vencimentos dos titulares dos cargos da direcção da FCG, formaram a CPC: Conferência Permanente de Cidadãos, uma associação informal que nasceu nas redes sociais do Facebook e já organizou actividades conjuntamente com a ASMAV, o que foi impressionante. Impressionantes foram também os números que se ficaram a conhecer sobre o absentismo na CM de Guimarães: 45.666 dias de faltas! E os 45 milhões que o Atlético de Madrid ao FC Porto por Falcao são também impressionantes, mas gostava bem mais de não os ter ganho! Quem também impressionou o país foi um grupo de jovens portugueses que foram até à Colômbia participar no Mundial U20 de futebol e que quase o ganharam, tendo apenas sucumbido na final perante um Brasil de outra dimensão - infelizmente, desses jovens, 4 meses depois já quase ninguém sabe onde estão...

Setembro
Marcado, sempre, pelo aniversário do 11 de Setembro, como é evidente. Mas também pelo aniversário deste vosso blogger de serviço que após este ano passará para o clube dos "entas" - há quem diga que termina aí a juventude, mas não é isso o que eu sinto... O Governo de Passos Coelho atingiu os seus primeiros 100 dias com algum trabalho já realizado e, apesar da austeridade que tem imprimido, com a sua imagem intacta, mantendo níveis de popularidade semelhantes aos da eleição, numa quase anormalidade em Portugal - afinal, falar verdade e cortar não é tão mal visto quanto se pensava... E foi o mês em que soube que uma nova aventura académica iria ser por mim iniciada, pois fui admitido no Mestrado de Gestão da UM.

Outubro
A Apple marcou o inicio do mês, com a entrada no mercado do novo iPhone 4S (e não 5 como se pensava) e com o falecimento de Steve Jobs, o guru das tecnologias. No futebol, a Selecção começou por marcar passo para o apuramento europeu e o FC Porto começou a marcar passo na época, naquilo que viriam a ser 2 meses muitos complicados e onde hipotecou algumas das suas aspirações para esta temporada, sendo que Vítor Pereira tem tido o odioso da culpa do que não tem corrido bem... Este foi o mês da Arquitectura (numa extensão do dia da arquitectura) e foi lançada uma colecção de livros de arquitectura do Público, monografias de alguns dos nomes maiores dos últimos 100 anos em Portugal e foi ainda mês da Concreta, a feira de materiais de construção onde eu não ia desde 2005!

Novembro
Com o evoluir do Mestrado, tenho cada vez menos tempo (e por vezes, disposição...) para escrever. Têm sido tempos complicados... Em todo o caso, neste mês dei conta dos 20 anos de um grande álbum dos U2, Achtung Baby, da greve que (não) paralisou o país que já percebeu que ou se muda de políticas ou se muda de país e comemorou-se o apuramento contra a Bósnia e o seu "relvado" para o Euro2012. E ainda houve oportunidade de falar de arquitectura a pretexto de uma entrevista de Souto Moura e sobre a Arquitectura Popular Portuguesa que completou 50 anos da suas primeira publicação.

Dezembro
Se continua sem haver garantias de Coldplay em Guimarães pela CEC (que os prometeu) ficou-se a saber que pelo menos vão andar por perto, no Estádio do Dragão, a 18 de Maio. E eu vou, já cá está o bilhete! Dezembro marcou também o ressurgir das trevas parisienses de Sócrates - que, como habitualmente, abriu a boca para dizer asneiras - não só nunca estudou economia (ainda há dúvidas que tenha estudado engenharia civil, quanto mais economia...) como só uma criança era capaz de dizer uma brincadeira daquelas... Comemorou-se ainda os 10 anos de Património Mundial da UNESCO do Centro Histórico de Guimarães com a inauguração do novo Toural - que saudade do antigo...

E, tão depressa, terminou o ano. E que venha 2013 mais depressa ainda, pois parece que de 2012 não virão grandes recordações. Cá por mim, podíamos já saltar, como fez Samoa, do 1 de Janeiro para o 17 de Maio - que venham os Coldplay...

A todos os leitores, amigos e familiares, um bom ano, com saúde, amigos e algum dinheiro, se possível tenham um bom
e até para o ano!

2011/12/28

Retrospectiva de 2011 - Parte 1

Tem sido um ano longo e com muito para contar. Infelizmente, pouco de positivo.

Marcado pela austeridade, pelo colapso financeiro do país pelos anos do desgoverno Sócrates, pela chegado do bicho-papão do FMI, pelas eleições.

Foi assim que fui vendo o ano no blogue.

Janeiro
Ainda por Inglaterra, fui vendo oportunidades de negócio em Inglaterra para os empresários portugueses, previa já na altura a chegada do FMI após as eleições presidenciais que elegeram para o segundo mandato Cavaco Silva à primeira volta e foi ainda marcado pela (não) apresentação do programa da CEC2012 (acontecimento que teve dois pontos altos: não apresentou o programa que ainda não havia e só haveria de ser apresentado em Dezembro e pelo falhanço da organização que não convidou deputados municipais, deputados e outros agentes vimaranense).

Fevereiro
Anunciavam-se progressos na Revolução dos Jasmins que tem varrido os países árabes do norte de África - Tunísia, EgiptoLibia, Yémen e agora até no médio oriente, a Síria, está debaixo do mesmo tipo de pressão revolucionária. Mas também se falou dos 50 anos do inicio da guerra colonial por ocasião do 4 de Fevereiro e que nestes curtos meses de publicação é já a 4ª noticia mais lida dos mais de 8 anos deste blog, com mais de 1500 visualizações. E falou-se de arquitectura, quer porque o edifício da Vodafone no Porto foi então nomeado (e depois eleito) o edifício do ano por um dos mais conceituados sites de arquitectura da internet (naquilo que se veio a prenunciar como um ano fantástico para a arquitectura portuguesa), quer pelo recorrente tema deste blog que é o ensino da arquitectura em Portugal.

Março
Em Março já se pensava na época desportiva seguinte no FC Porto porque internamente havia uma tal superioridade que só as competições europeias se mostravam desafiantes, deixando assim espaço para pensar bem cedo no year after - tão perto e tão longe estavam esses tempos... - e na compra do Porto Canal pelo FC Porto. Apesar de aflorada a situação política em Fevereiro, foi em Março que as coisas começaram a agudizar-se com o excelente discurso de Cavaco Silva na tomada de posse em pleno Parlamento, pela manifestação da geração (que pôs Sócrates) à rasca, pela reprovação do PEC4 e pelo re-start de Portugal com a saída e caída de Sócrates - o ar ficou muito mais límpido com o fim do pantano. Marcou ainda o terrível terramoto seguido de maremoto do Japão, bem como a arquitectura novamente com a atribuição do Pritzker a Souto Moura. Para além disso, em Guimarães ia-se acentuando a contestação à CEC, ou mais propriamente à FCG e à sua presidente, Cristina Azevedo, bem como ao autismo a que esta se votava em relação às criticas e aos vimaranenses. No futebol, antevia-se o complicado mês de Abril para o FC Porto que, se fosse ultrapassado com o mesmo sucesso que os meses anteriores, poderia elevar o clube a patamares históricos sendo que o credor dessa diferença era, claramente, André Villas Boas.

Abril
Começou marcado pela escuridão: no estádio da luz, esta faltou no momento do FC Porto celebrar o seu 25º título nacional em plena casa do principal adversário - que excelente começo do mês mais complicado desportivamente de toda a época. Marcado também pelo muito atrasado pedido de ajuda ao FMI e União Europeia que já se falava há meses que deveria ter acontecido, num processo acontecido às 3 pancadas e ainda não devidamente esclarecido: a ideia que passou é que o Ministro das Finanças o fez quase à revelia do chefe de Governo, através de uma entrevista por email para um jornal e precipitando assim as coisas a um Sócrates que tentava empurrar para as calendas (e para o futuro novo Governo) esse momento... E no final do mês oportunidade para uma "escapadinha" a Roma conhecer a capital do império romano, momento  há tanto desejado por mim.

Maio
Morreu Bin Laden, finalmente. E no que toca ao futebol, o mês ficou marcado pelo apuramento de dois clubes portugueses para a final da Liga Europa, em Dublin: o meu FC Porto (que orgulho!) e o Braga, numa inédita final europeia entre dois clubes do nosso país - e final essa a que tive o imenso prazer de assistir ao vivo, junto do meu pai, cumprindo-se assim um momento único e tão desejado de ambos. Diria que este foi, para mim, o melhor momento do ano, para recordar para todo o sempre! E ainda houve tempo para comemorar a 3ª Taça de Portugal consecutiva, aqui em casa e junto de mais 15 familiares portistas! Falou-se também de arquitectura, como é inevitável, nomeadamente sobre os temas da sustentabilidade e dando exemplos, positivos e negativos, disso mesmo. E por fim, já a cheirar a Legislativas, falei da campanha eleitoral e das sondagens.

Junho
Começou o mês marcado pela libertação, pelo escorraçar de Sócrates do poder. E pelo rápido processo que levou à formação do novo Governo de coligação, ao seu programa para Mudar Portugal. E terminou o mês marcado pelo retorno ao trabalho de pré-época do FC Porto, após a saída traiçoeira de André Villas Boas para o Chelsea e a nomeação de Vítor Pereira para o substituir...

E passaremos ainda em retrospectiva os restantes 6 meses do ano de 2011.

2011/12/25

Um feliz e Santo Natal...

...entre aqueles que mais gostam, em redor de uma mesa com os manjares que mais apreciam e dois dedos de conversa, esquecendo as amarguras que este ano de 2011 nos trouxe e desejando ardentemente, como a lareira que crepita, que o próximo Natal possa ser ainda melhor.

Hoje é um dia alegre, com um sol radioso e que nos enche de esperança.

Um bom, feliz Natal a todos os meus amigos, familiares e leitores. Porque hoje não é apenas um dia entre tantos outros, hoje é um dia especial!

2011/12/20

A Linha de Rumo já é motivo de estudo!

Foi com imensa curiosidade que abri o email do amigo André Saretto que, há algumas semanas atrás, me solicitou a colaboração para responder a uma entrevista para realizar um trabalho no âmbito de uma cadeira do seu curso de Comunicação Social.

E, para minha grata surpresa, este blog foi, afinal, o tema do trabalho - eu pensava que era apenas uma parte do estudo.

Entre milhares (milhões?) de blogs, este amigo escolheu o meu para tema de um trabalho universitário! Que honra!

Quem o quiser ler, fica abaixo o link para o trabalho da autoria de Alissa P. Queiroz, André Saretto, Camila CysneirosJoão Pedro Vieira de Brito, para o Departamento de Jornalismo e Editoração, da Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo.





Guimarães à noite




 Toural





Praça da Oliveira


2011/12/18

Pi-piiiii

No 3º domingo do mês, a Galp dá um desconto adicional de 6 cêntimos. Quem tiver outros descontos, como o vive-versa do Continente, pode acumular conseguindo assim 11 cêntimos de desconto - e como hoje em dia a diferença de preços entre esta gasolineira e as marcas "brancas" já não é assim tão grande, pelo menos nalgumas bombas, o resultado aqui bem perto de casa é o mesmo de sempre, mês após mês: enormes filas, centenas de carro a abastecerem-se continuamente desde manhã bem cedo até à meia-noite!

E quando juntamos um Continente, uma Rádio Popular e mais algumas lojas do género, no fim de semana anterior ao Natal?

O caos!

Filas de Km's. Ruas cheias de carros. Buzinas, sem parar. Muito stress. E quem vive por perto, que os ature...

2011/12/17

12 semanas intensas...

...que levo no Mestrado de Gestão, começado a 1 de Outubro.

Foram 129 horas de aulas, 4 trabalhos "de casa" individuais, 3 trabalhos de grupo 2 apresentações de trabalhos de grupo e 2 exames, tendo já terminado as aulas do 1º grupo de 3 unidades currriculares do 1º semestre e estando já a decorrer o 2º grupo de 3 unidades curriculares que terminam no final de Janeiro.

Foram muitas horas de trabalho de grupo, com diversas reuniões nocturnas e uns dias dedicados a estudar para os exames.

Não está a ser fácil o ritmo. Mas está a ser extremamente interessante. Já fiz os exames de Fundamentos do Comportamento Organizacional e de Complementos de Marketing e para meados de Janeiro temos o exame de Princípios de Finanças (e não, não me ensinaram coisas que tenham ensinado ao Sócrates, bem pelo contrário...), as 3 unidades curriculares já concluídas. Estou a ter neste momento Metodologias de Investigação em Gestão, Contabilidade para Gestores e Métodos Quânticos Aplicados à Gestão...

Não só estou a adquirir vários conhecimentos de matérias das quais tinha apenas conhecimentos empíricos e nada científicos, como me está a ajudar a entender situações profissionais de gestão corrente que assumimos no nosso dia a dia e que, visto à luz das matérias que temos vindo a aprender parecem completamente diferentes e entendíveis.

Conforme vou aprofundando estes conhecimentos, vou pensando que todos os cursos (licenciaturas) deveriam ter uma componente de gestão integrada porque, um dia, nas nossas profissões, vamos estar colocados em posições de chefia onde temos de exercer a componente de gestão (seja de recursos humanos ou materiais, seja de stocks ou financeiros, etc) e, tal como me aconteceu a mim, faz-se com base na "tentativa-erro" e em experiências tidas anteriormente, porque não temos qualquer preparação cientifica para o efeito. Este Mestrado de Gestão, orientado a não gestores, é uma ferramenta muito boa para quem precisa deste tipo de conhecimentos no seu dia a dia - e, basicamente, todos precisamos...

2011/12/13

10 anos de Património Mundial da Humanidade em Guimarães. E agora?

Faz hoje 10 anos que o Centro Histórico de Guimarães foi elevado a Património Mundial da Humanidade, distinção efectuada pela UNESCO no âmbito da recuperação e preservação de características quase únicas que se mantiveram ao longo de centenas de anos.

Se num primeiro momento a distinção foi vista como um prémio ao trabalho que município, investidores/promotores imobiliários, técnicos e profissionais da área da construção, engenharia e arquitectura e ainda os munícipes desenvolveram, num segundo momento houve a percepção que essa distinção era apenas o principio de um caminho árduo - o da preservação desse título.

O problema é que o CH hoje não é o CH de há 30 anos atrás, quando começaram os primeiros trabalhos que conduzirão ao tão almejado reconhecimento internacional. Hoje o CH é muito mais despovoado, as pessoas que habitavam morreram ou foram habitar a cintura urbana da cidade e, lenta mas inexoravelmente, o CH tem sido abandonado pelos seus habitantes tradicionais.

Para além disso, as exigências da qualidade de vida dos cidadãos são hoje infinitamente superiores ao que então era normal exigir. Tudo em conjunto, coloca uma enorme pressão de evolução das regras e ocupação do CH, mas sempre com a questão da classificação da UNESCO a pairar sobre este espaço. Por isso acho que nesta altura seria fundamental Guimarães começar a pensar e debater quais os caminho de futuro do CH. Porque estando cada vez mais desertificado e menos vivido, cada vez mais se assume como área de serviços e diversão, e também como um museu a céu aberto. E quanto a mim, isso não faz sentido nenhum, o CH é para ser vivido, usado por todos mas com condições de qualidade de vida que se ajustem aos tempos de hoje, única forma de atrair novos habitantes (quer em idade, quer por serem novos na zona em causa).

O novo Toural: Imagem Skyscrapercity
Mas, em vez disso, o município teve outras preocupações. Preferiu investir alguns, largos, milhões de Euros no arranjo urbanístico do Toural e da Alameda, no que se pode definir como uma obra ousada. Ousada porque mexeu nas memórias colectivas de todos nós, que crescemos e aprendemos a ver estas duas emblemáticas zonas do CH, centro da cidade, da forma em que elas se encontravam hoje. E ousada porque mexeu em locais que, de facto, não necessitavam de ser mexidos se não fosse para fazer uma intervenção de fundo, radical, na forma de utilização e fruição destes espaços - o que não aconteceu, pois o município optou por um meio caminho e ficou-se por um "alindamento" de passeios e ruas, ligeiras alterações de pormenor (deslocação de uma oliveira para ali, colocação de uma fonte acolá, retirado um monumento de acolí...) mas que no fundo nada de radicalmente diferente e novo trouxe.

Ora num momento em que o CH se desertifica, em que o comerciantes e prestadores de serviços têm vindo a abandonar o local, em que o país enfrenta uma enorme crise económica-financeira (a maior dos últimos 30 anos) a pergunta que coloco é a quem serviu esta obra?

E agora, para que serve este novo Toural que se vê na foto?

Tenho dúvidas, desde o primeiro momento, que este tenha sido o melhor caminho a seguir. Continuo a pensar que havia/há outras prioridades que deviam ser trabalhadas (que já fui aflorando neste texto) e para onde era necessário canalizar verbas no CH. Gostaria de ver isso debatido...

10 anos de Centro Histórico como Património Mundial da UNESCO e um novo Toural e Alameda. Um dia para festejar ou para pensar se o dia seguinte vai ser melhor ainda?

2011/12/09

Foi assim que eu estudei em Finanças...

...disse o ex-primeiro. E disse isso, conforme o video o demonstra cabalmente, sobre países como Portugal e Espanha não pagarem a dívida, que é eterna. Ele não disse, em momento nenhum, que era só sobre pagar agora, de uma vez, em poucas ou no curto prazo.

Ele simplesmente disse o que pensava - a mim, nunca me enganou - sobre a posição dele em relação a este assunto: precisa de financiamento, mas não paga.

O resto, são histórinhas de embalar crianças.

Fica o vídeo da prova, para memória futura:

Ah! E já agora, não foi assim que eu acabei de estudar em finanças. Bem pelo contrário, a ideia com que fiquei é que não só as dívidas não são eternas, como são para pagar e para evitar ter. O ideal, é termos orçamentos controlados, preferencialmente sem dívida e até excedentários, se possível...

Coldplay no Dragão

Foi anunciado publicamente que esta banda, uma das que mais gente arrasta aos estádios hoje em dia, terá (pelo menos) uma passagem por Portugal em 2012, a 18 de Maio no Estádio do Dragão.

E digo pelo menos porque há muito que foi prometido que o encerramento da CEC2012 seria ao som desta banda em Guimarães, pelo que veremos qual a capacidade da FCG em cumprir esta promessa...

Entretanto, resta pensar que no Verão o Estádio do Dragão, a meros 50 km de Guimarães e Braga, será o local de eleição para aquilo que deverá ser um dos momentos altos musicais do ano e onde poderemos ouvir, com certeza, Yellow, Clocks, Viva la Vida, Troubles, Parachutes ou os mais recentes Paradise ou Every Tear Drop is a Waterfall. Fica o video desta:


2011/12/06

Leituras [64] - Casas Portuguesas, de Raul Lino

A minha 3ª Edição, de 1943
Hoje, por acaso, comprei um livro que há muito queria comprar - não a sua versão "moderna", mas uma edição antiga - e consegui encontrar uma 3ª edição de Novembro de 1943 deste famoso e tão amado quanto odiado "Casas Portuguesas - Alguns Apontamentos Sobre o Arquitectar das Casas Simples", de Raul Lino, um dos mal-amados e mal-compreendidos arquitectos portugueses que perpassaram a história do século XX.

Este livro é, ainda hoje, uma das mais controversas referências deste autor e do tema.

Com alguma razão no que toca a tenta definir um tipo de arquitectura que se ajusta quase de norte a sul - o que poucos anos depois se provou ser totalmente errado, com o já aqui mencionado Inquérito à Arquitectura Popular Portuguesa - mas muito errado porque o objectivo superior deste livro era, por um lado, falar da economia na construção e, por outro, que as pessoas encontrassem coisas que servissem "de exemplo e não de modelos a copiar (nunca é demais repeti-lo)" como disse o autor na "nota à terceira edição".

Analisando o índice deste livro (cuja primeira edição terá saído durante a I Grande Guerra, depreendo da leitura da mesma nota) encontro desde logo uma estrutura muito moderna:
Capítulo I - Economia ... página 17
Capítulo II - Entre a economia e a beleza ... página 29
Capítulo III - Beleza ... página 67
Capítulo IV - Apêndice ... página 99
Capítulo V - Ilustrações ... I a XXX

Ou seja, primeiro entra por considerandos sobre a economia da construção e qual o papel do arquitecto neste capítulo, de forma a que as obras não ultrapassem o orçamento previsto pelo cliente - isto devia ser leitura obrigatória nos dias de hoje...

Depois, fala da beleza, naquilo que o tema possa ter de mais controverso. No entanto, mas do que de estética, neste capítulo ele abarca temas como a "solidez", o "isolamento", o "ar" sem o qual não "pode existir nem saúde nem conforto", a "luz", a "comodidade", a "naturalidade", a "verdade", a "harmonia" e até o "amor".

Por fim, no terceiro capitulo discorre sobre a "beleza" e sobre os seus conceitos para os clientes e para os arquitectos, sobre o papel destes na educação dos gostos, sobre ornamentos excessivos e adequados nas casas, sobre o artificialismo vs. naturilidade. Enfim, tenta demonstrar que o mais simples e típico é mais belo e mais barato - mais uma premissa que não me parece sempre real.

Por último, apresenta uma série de citações de uma outra obra sua, "A Nossa Casa", onde aprofunda alguns pensamentos sobre determinados materiais e áreas das casas, sobre o que deve se feito e pensado para cada uma delas, dentro do espirito de se estar a trabalhar em casas de pendor mais económico.

Em anexo, apresenta 30 ilustrações (as ultimas 5 julgo que são novidade desta 3ª edição) onde tenta demosntrar os pontos de vista que abordou no livro.

Vale pelo que vale. Mas, quanto a mim, é uma pedrada no charco em Portugal à época em que é lançado (década de 10, há quase 100 anos) e por isso mesmo, extremamente avançado para a época.

No mesmo alfarrabista onde comprei este, ainda lá ficou outro - Homem dos Livros, na Travessa de S. Carlos, Porto - e outros mais, também interessante, como os 3 exemplares do IAPP.


Edição de 1998, na Wook.pt
Sinopse
"Nem a americanização dos costumes, nem as tendências colectivistas de novas organizações conseguiram ainda debelar o anseio natural e instintivo no Homem de possuir habitação própria e independente para si ou para a sua família. Pode ser muito bela a vida em comunidade, útil, ou conveniente, o aquartelamento ou a habitação colectiva quer seja à sombra da cruz ou da espada, quer à da foice e do martelo ou à de uma simples moeda de oiro; não serve este viver, porém, a todo o mundo, e se há quem julgue que o desaparecimento do Indivíduo significaria um processo, estamos por enquanto longe da época em que toda a gente se haja transformado no homem-abelha que prefere para sua habitação o alvéolo de qualquer casa-colmeia. Que virá a ser a casa de amanhã?"

Nota - também à venda na Wook (ver link da sinopse) uma versão mais recente, de 1998.

2011/11/27

Vettel é o melhor...

Sebastian Vettel
...mas mesmo assim, não chega aos calcanhares de Lauda, Rosberg (pai), Mansell, Prost, Senna ou Schumacher (antes do regresso) entre aqueles que vi correr e que mais me marcaram.

Sem dúvidas que é um excelente piloto e o melhor da actualidade, um pouco acima de Alonso e Hamilton. Mas falta um "bocadinho assim" para se elevar ao Olimpo...

Mesmo que bata mais alguns recordes do mundo da F1 como o fez este fim de semana, ao estabelecer o número máximo de pole positions numa época, batendo o antigo recorde de Nigel Mansell (1992) com 14 pole positions em 16 corridas e por mais precoce que seja a estabelecer alguns recordes, fica sempre a ideia que isso apenas acontece porque está no melhor carro. Já todos os outros pilotos que mencionei acima foram capazes de ser campeões e ganhar muitas vezes sem terem os melhores carros à disposição.

Mesmo este recorde de hoje estabelecido por Vettel acontece porque o campeonato tem 19 grandes prémios, pois nos 16 primeiros ele não conseguiu bater o recorde de Mansell - e como comprova a estatística  Mansell teve 88% de pole positions nessa época contra os 79% de Vettel este ano. Nesse aspecto, parece-me mais importante um outro recorde que Vettel marcou este ano: partiu 18 vezes, em 19 possíveis, da primeira linha, demonstrativo do seu poderio este ano. Mas, lá está, ainda falta outro "bocadinho assim" para igualar Senna (1989) ou Prost (1993) ou até Damon Hill (1996) de forma a fazer uma época completa sem falhar a primeira linha...

Depois de Schumacher, a magia ainda não voltou à F1. E não me parece que seja Vettel a trazer isso, ainda...

2011/11/26

José Gurvich

Graças à recente incursão uruguaia da Sara, fiquei a conhecer um pintor que desconhecia e que fiquei a apreciar bastante.

Fragmento de "Homenagem ao Kibut"
José Gurvich, assim se chama, é uruguaio mas nascido na Lituânia (fiquei também a saber que lá no Uruguai há uma enorme comunidade de descendentes dos países bálticos) e foi um artista plástico e pintor que esteve pela Europa vários anos a partir dos anos 50, passando ainda por Israel (o que influenciou muito o seu trabalho)  tendo ainda trabalhado com Gaudi na famosa Igreja da Sagrada Familia de Barcelona (fez os vitrais) e, pelo que pude aperceber-me, foi muito influênciado por artistas como Picasso ou Miró, tendo uma linguagem ainda próxima em certas obras daquela que a "nossa" Vieira da Silva.

"Januca"
A exposição actual, "Los Universos Judíos de José Gurvich", é muito interessante e apresenta obras de grande qualidade.

Vale a pena visitar, pelo menos virtualmente, no Museu Gurvich.

2011/11/23

Da Arquitectura Popular em Portugal

Capa do 1º dos meus 3 volumes da 3ª Edição,
da Arquitectura Popular Portuguesa, 1988
No meio de pesquisa de soluções para um caso "bicudo" que tenho em mãos, lembrei-me deste famoso livro que resultou do Inquérito à Arquitectura Popular em Portugal e de procurar nas "raízes" profundas populares aquilo que não encontrava no esquisso.

E vai daí, sendo possuidor de um exemplar da 3ª edição de 1988 da ainda Associação de Arquitectos Portugueses, reparei ao abrir e folhear o livro que o mesmo está a fazer 50 anos da sua primeira edição e lembrei-me que ainda há dias houve um programa na TSF (programa "Encontros com o Património") sobre o assunto.

Vai daí, pesquisei sobre isto e encontrei muito e bom material sobre o assunto.

Desde logo, a reportagem que a TSF emitiu (com cerca de 40 minutos, com a presença do actual bastonário da OA, João Belo Rodeia, Manuel Graça Dias e Francisco da Silva Dias, do antropólogo João Leal e que pode ser ouvida aqui) é uma excelente peça e que me fez lembrar algumas das aulas que tive logo no primeiro ano do curso, pois o meu professor da principal cadeira (Projecto) foi um dos participantes deste trabalho, o Arq. Carlos Carvalho Dias - como dizem na reportagem, foi um dos "esgalhantes" da zona de Trás-os-Montes e que tantas vezes nos falou sobre esta obra.
Edição de 2004
da Ordem dos Arquitectos
na Bertrand

Depois, no blogue "Do Porto e não só" uma extensa e bem documentada fotograficamente e incluindo uma reflexão profunda sobre o assunto e as suas consequências que vale a pena ler e ver.

Também no mais antigo (e infelizmente descontinuado) blogue "O Projecto" o assunto foi abordado, mas neste apenas num contexto mais limitado e reflexivo a partir das introduções/prefácios das 1ª e 2ª edições do livro.

Encontrei ainda na Bertrand à venda (quer dizer, não está à venda porque diz estar esgotado/indisponível) por 106,00€ uma edição mais recente, de 2004, já pela Ordem dos Arquitectos, do que penso ser a última vez que esta obra foi impressa.

A 1ª edição do livro de 1961
na Livraria Manuel Santos
Por último, e como curiosidade, encontrei num famoso alfarrabista do Porto, a Livraria Manuel Santos (artigo n.º 5132) à venda uma 1ª edição de 1961 (editada pelo então Sindicato Nacional dos Arquitectos) por uns "módicos" 175,00€.

Resta-me dizer que aguardo impaciente que a Ordem dos Arquitectos coloque on-line a extensa documentação que tem em mãos, um enorme espólio fotográfico, desenhado e de textos/anotações que os participantes deixaram e que nunca foi publicado - segundo nos dizem na reportagem da TSF, a grande maioria da documentação não foi editada e com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian poderá ver agora, finalmente, a luz do dia.

A parte engraçada (ou não...) é que no final disto tudo, o problema bicudo que tinha para resolver continua por lá com uns bicos bem pontiagudos! Vamos ao trabalho, ainda tenho muito para "esgalhar" - e que saudades que eu tinha desta expressão que tanto usávamos nos tempos universitários!

2011/11/20

Desódio


Ou sem ódio. Unhate, no original da original campanha da Benetton.

Há muitos anos que a empresa italiana não usava esta técnica de provocação para a sua publicidade (quem se esquece das campanhas com imagens de cadáveres ainda ensanguentados?) em que em vez de promover a roupa de per si, a empresa promove a marca através de publicidade controversa, que visa chocar a opinião pública e criar um evento que coloque a marca no centro das atenções e dos noticiários (de TV, rádio, escritos e agora electrónicos) de forma a aumentar o reconhecimento e exposição da mesma - obtendo o retorno respectivo por essa via.

Não é um conceito fácil de trabalhar, ou fácil de perceber.

Não sei se resulta, mas para a empresa insistir nele, provavelmente é porque os benefícios serão superiores aos prejuízos.

E é curioso como uma campanha denominada UNHATE (sem ódio ou desódio numa tradução mais "à letra") levanta tanta ódio e tanta polémica.

O beijo original:
os comunistas Brejnev (URSS) e Honecker (RDA)

Um acto tão simples e quotidiano como um beijo, por natureza um acto de amor, inspirado no famoso beijo de Brejnev a Honecker em 1979, ter colocado vários líderes mundiais da actualidade a beijarem-se de igual forma tem dado muita, muita polémica.

No fundo, que tem isto a ver com roupa?

A resposta, é simples.

Não tem a ver com a roupa, tem a ver com a imagem da marca: polémica, inconformada, politicamente incorrecta, diferente, original, preocupada socialmente. E a imagem da marca define a imagem das pessoas que lá compram, que se reconhecem nessa imagem.

E entretanto, tem tido tempo de antena prime-time em todo o mundo, com telejornais, jornais e revistas a falarem desta campanha. E também blogues, como este - que não fica indiferente à questão.

Pessoalmente, não me choca a campanha. Pessoalmente, não é por ela que vou comprar roupa da marca Benetton - ou não vou. Não sou susceptível a propaganda ao ponto disso - compro o que gosto e acho confortável. Mas também percebo a onda de choque que tem provocado em todo o mundo, em particular uma foto que não está disponível no site da campanha, que é o beijo entre duas entidades religiosas - o Papa e o Imã do Egipto. Apenas espero que a campanha faça, pelo menos, os líderes retratados reflectirem sobre a forma como conduzem políticas. Porque a forma como são aqui retratados e as reacções que produzem reflectem o que as pessoas, os cidadãos, pensam sobre eles e a forma como conduzem os seus países e o mundo...

2011/11/17

Exportar arquitectura?

Fotografia Público
No Ípsilon do passado dia 10, surgiu uma noticia mais sobre arquitectura - como muitas vezes, o Público é dos jornais que mais atenção dá à matéria, juntamente com o DN e o Expresso.

A noticia da Alexandra Prado Coelho é sobre uma exposição em Lisboa ("as usual") no Museu da Electricidade que foi montada por 6 gabinetes de arquitectos portugueses e que andou já a correr mundo. Às expensas destes.

E daí que a noticia começa, rapidamente e ainda bem, a derivar da própria exposição para as opiniões dos arquitectos/as envolvidos sobre a promoção da arquitectura portuguesa no estrangeiro.

Pergunta-se então qual o papel do Estado na divulgação da arquitectura portuguesa/made in Portugal?

E a conclusão é simples: generalizando, não tem papel, passa ao lado do assunto.

O Estado não assume a arquitectura como uma indústria mais a exportar, os arquitectos têm de se promover por eles próprios, quer através dos concursos que amiúde vão ganhando no estrangeiro, quer através de organização/participação de exposições no estrangeiro.

A questão é simples. Com uma despesa mínima, o Estado pode promover a arquitectura portuguesa no estrangeiro, desde que assuma, através do AICEP e da rede de embaixadas, que essa industria tem de ser promovida. Como? Por exemplo, apoiando a organização de exposições itinerantes na embaixadas portuguesas, trabalhando a comunicação / marketing das exposições na imprensa desse país. Apoiando a participação de arquitectos portugueses em actividades no estrangeiro, promovendo Workshops/Feiras de arquitectura (e porque não de engenharia também) na rede de embaixadas, dando a conhecer o trabalho, obra e conhecimentos dos arquitectos portugueses. Preferindo, sempre que possível (porque nem sempre é, devido à legislação comunitária), os arquitectos portugueses aos estrangeiros.

Era importante o Estado olhar com atenção para esta matéria. Como disse o presidente da Ordem dos Arquitectos há uns dias, cerca de 40% dos arquitectos não tem trabalho em Portugal. Assim, em vez de exportar arquitectos, seria bem melhor exportar arquitectura... E há um largo papel que a diplomacia portuguesa pode desenvolver de forma a ajudar esta classe profissional. Só é preciso boa vontade, muito mais que dinheiro.

2011/11/16

Uma mão cheia + um, e não é chinês

Imagem Público
Foi uma noite de festa, felizmente.

E bem que o país precisava de uma festa para variar! E viu-se o povo no final a festejar de tal forma que até parecia que tinhamos ganho o Europeu2012 em vez de termos conseguido apenas a qualificação para a competição.

Não pude ver o jogo, devido aos trabalhos para o mestrado, mas enquanto estávamos à volta de Marketing tinhamos uma orelha e um olho no ecrã da TV - e muitas vezes tivemos de nos levantar para ver os acontecimentos do jogo...

Foi, sem dúvida, merecido, apesar de sofrido. O momento do jogo foi, claramente, a expulsão do bósnio após o golo do Ronaldo, que veio desiquilibrar tacticamente e mentalmente a equipa adversária.

Agora, cabe a Paulo Bento encontrar mais alguns jogadores que encaixem na "equipa" para ter um "plantel" de uns 15 a 18 jogadores aptos a entrar na equipa - com excepção da Argentina em 1986, não me lembro de selecções ganharem competições com um plantel reduzido de 11/12 jogadores. Se não conseguir, o resultado será uma visita rápida à Polónia/Ucrânia em 2012...

Mais uma vez, um árbitro muito fraco foi escolhido para um jogo de Portugal - por mais que subamos nos rankings de clubes e selecções, Portugal nesse aspecto está sempre condenado a entrar a perder, não é respeitado pelas grandes entidades que gerem o futebol. Talvez Fernando Gomes, um dirigente com outra qualificação e mentalidade possa começar a trabalhar essa vertente para que no futuro, pelo menos, possamos jogar em condições de igualdade contra as selecções grandes e do centro da Europa, bem como contra clubes dos 4/5 países maiores da Europa (Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha, França).

Agora, em Junho o país o parará, como habitualmente, mas até lá, a crise continua...

2011/11/15

Tira-teimas

Hoje é o tira-teimas da Selecção de Portugal, contra a congénere da Bósnia, depois do nulo da passada sexta-feira.

Portugal, que não falha nenhuma fase final de uma competição europeia ou mundial desde 1998 (o Mundial de França) tem tido crescente dificuldades a cada nova qualificação em atingir este objectivo. Se com Scolari já foi no último jogo que nos qualificamos em 2008 para o Europeu, com Queiroz já fomos ao paly-off contra esta mesma Bósnia há dois anos e desta vez voltamos a não conseguir o apuramento directo.

E é fácil de perceber a razão disto.

Os jogadores de grande craveira que têm terminado a carreira não têm sido substituidos por outros de igual quilate. Baía nunca teve um substituto à altura em rendimento constante. Costinha não teve nenhum secretário para o substituir no seu ministério. Maniche não teve ninguém que transportasse a bola e atacasse como ele. Deco, um mágico, que substituiu outro, não tem ninguém atrás para tomar o seu lugar. Pauleta, apesar de nunca ter resolvido nos jogos contra grandes selecções, marcava sempre e muito nos pequenos jogos - e como era importante termos resolvidos os pequenos jogos para nos termos qualificado directamente para o Europeu... - e Postiga e Hugo Almeida estão muito longe de assegurar a boa finalização das jogadas criadas pelos (bons) alas que temos.

O futuro, diga-se, é inquietante. Não se antevê, apesar da recente boa prestação dos sub-20, jogadores de grande craveira que venham colmatar problemas crónicos da nossa Selecção. E por isso, mesmo que hoje a qualificação seja conquistada, não sei se a nossa presença em Junho não irá ser uma transição para um abismo maior num futuro próximo.

Por isso, mais importante que o jogo de hoje, são os jogos do futuro. É formar jovens, proteger jovens e permitir, nem que seja por obrigação, que estes tenham lugar nos nossos clubes e nas futuras selecções. Porque o que está em causa é a dificuldade deste (e dos futuros) seleccionadores em conseguir ter jogadores à disposição para formar Selecções competitivas e à altura dos pergaminhos que conquistamos nos últimos 15 anos.

2011/11/11

Os pastos da Bósnia

Parece que hoje, lá num pasto ermo da Bósnia, a UEFA vai patrocinar um jogo de futebol de alta competição, onde participam o melhor marcador do campeonato espanhol e do campeonato inglês, além de alguns dos melhores jogadores do mundo.

É um estádio sem condições para o público, para a comunicação social e para os jogadores. Está bem para pastar ovelhas, para um jogo destes, nem pensar.

A dualidade de critérios da UEFA para os países e estádios é gritante. A Portugal é constantemente exigido elevados padrões no que toca às condições dos nossos recintos desportivos. Amiúde, os estádios dos clubes pequenos não servem para poderem realizar jogos europeus - de selecções ou das provas de clubes como a Liga Europa - e o novo (de 2010) estádio Aviva em Dublin, onde vi a final da Liga Europa em Maio passado, não se compara com qualquer um dos nossos estádios do Euro2004 no que toca a acessos exteriores ao estádio, espaços de circulação dentro do estádio ou dimensão das casas de banho, sendo que eu diria até que este estádio, em Portugal, teria muitas dificuldades em obter licença de utilização por parte das autoridades competentes, nomeadamente os bombeiros e direcção geral de espectáculos...

Isto já para não falar das condições de trabalho dos jornalistas ou de golpes "baixos" como nas imediações do hotel haver ruído que perturbe o descanso, apontar lasers e focos de luz a jogadores, pressão e intimidação física, entre tantas outras práticas que nada têm a ver com o jogo. Alguém disse uma vez que o rugby é um jogo de hooligans jogado por cavalheiros, enquanto o irmão mais novo futebol é um jogo de cavalheiros jogado por hooligans. Eu aditava agora que é também gerido por hooligans e com espectadores hooligans!

E mais logo, pelas 19h por cá, cuidado com as ovelhas naquele pasto onde se vai dar uns pontapés na bola...

11.11.11

Tantos uns numa data só daqui a 100 anos. Aliás, então, serão ainda mais: serão 7, 11.11.111 ou 111.11.11.

A estes números associam-se sempre acontecimentos proféticos, o fim do mundo e outras coisas que tais. E a não ser que me saia o Euromilhões, para mim será apenas mais um dia como os outros. Trabalho, aulas...

2011/11/06

Setop!

Não sei o que está melhor se o S ao contrário e rebuscado, se o E a mais...

2011/11/03

Q: 20 anos de Achtung Baby

Esta revista (e o respectivo CD) já cá cantam.

Quer dizer, ainda não, porque só chegam pelo Natal via "cunhadinha" que me fez o favor de a comprar lá pelo Reino Unido.

Mas em todo o caso, este é um caso de "must have" na colecção dos U2.

Um álbum comemorativo dos 20 anos do fantástico álbum "Achtung Baby" onde vários grupos interpretam as músicas desse álbum.

O próprio Bono diz que "algumas das versões são melhores" que aquelas que os U2 criaram... O que só por si já diz muito. O set completo do CD é o seguinte:

  1. Nine Inch Nails - Zoo Station
  2. U2 - Even Better Than The Real Thing (Jacques Lu Cont Mix)
  3. Damien Rice - One
  4. Patti Smith - Until The End Of The World
  5. Garbage - Who's Gonna Ride Your Wild Horses
  6. Depeche Mode - So Cruel
  7. Snow Patrol - Mysterious Ways
  8. The Fray - Trying To Throw Your Arms Around The World
  9. Gavin Friday - The Fly
  10. The Killers - Ultraviolet (Light My Way)
  11. Glasvegas - Acrobat
  12. Jack White - Love Is Blindness
Quem quiser pode ainda comprar a revista pela internet, acedendo aqui.

2011/10/29

7.000.000.000

Parece que a Terra terá nos próximos dias 7 biliões (ou mil milhões?, já não percebo nada...) de habitantes.

Este site da BBC mostra várias opções engraçadas e que nos fazem pensar.

Por exemplo, quando eu nasci era o habitante 3.860.349.726. Ou seja, no período da minha vida, a população no planeta quase duplicou - o que é uma barbaridade!

Mas outro dado mais engraçado e que nos deveria fazer pensar muito sobre o nosso futuro como Portugueses e como país, é que por hora morrem 12 pessoas, tantas quantas as que nascem. E se há um crescimento populacional mínimo (0,2%) deve-se aos 3 imigrantes por hora que cá chegam...

Ou que a esperança de vida das mulheres é superior a 81 anos e dos homens é de pouco mais de 75 anos, numa média de cerca de 78 anos.

Para reflectir.

2011/10/28

Semana complicada...

...esta que terminou. E, provavelmente, a próxima não será melhor.

Tempo para o blog: muito pouco, quase nada.

2011/10/23

O que se passa?

Há muitas críticas que têm segundas intenções e que vão no sentido de tentar atingir e desestabilizar o clube. Essas, temos de as separar das outras, pois não são legítimas nem genuínas.
Vítor Pereira



Não percebo o que se passa no FC Porto esta época.

Uma equipa regularmente titular quase igual à do ano passado, com uma excepção - de peso, é certo, mas é só um, Falcao.

Um plantel que até me parece mais equilibrado, pelo menos no meio campo e defesa, pois Defour e Mangala parecem mais fortes que Rubén Micael e Sereno. Um Hulk ainda mais decisivo e mais maduro.

E no entanto, o futebol tem piorado de jogo para jogo. Os maus resultados sucedem-se a um ritmo estranhamente regular. As falhas defensivas, nomeadamente em bolas paradas, já evidentes e motivos de criticas da época passada - apesar das vitórias retumbantes - são este ano ainda mais notadas e a média de 1 golo sofrido por jogo oficial é prova disso mesmo: 13 jogos, 13 golos. A desorientação dos jogadores em campo é visível a olho nu, tendo sido visto por várias vezes jogadores como Moutinho e Hulk a pedirem instruções ao banco para saber onde se iam posicionar. A falta de "plano B" em campo é notória: só há uma jogada tipo: bola em Hulk na direita, este corre com a bola a flectir para o centro e dispara, normalmente de fora da área. Ir à linha de fundo centrar é coisa muito rara esta época, só se joga pelo centro. E alguns jogadores, a meio de Outubro, já apresentam um claro desgaste físico - Moutinho, Fucile, Varela, todos eles estão já desgastados.

Logo, quando o treinador diz o que está reproduzido acima, algo de muito estranho se passa. Porque, é um facto, quando se critica está-se a apontar algo que não vai bem. Sendo que nem sempre é preciso dizer a solução, pois esta está implicita na critica: por exemplo, se eu digo que já há jogadores desgastados fisicamente em meados de Outubro, isso signifca que é preciso rever a preparação fisica ministrada à equipa; ou se digo que há falhas defensivas em bolas paradas, é porque é preciso treinar rotinas defensivas para este tipo de lances; ou se digo que não há "plano B" ofensivo e se resume a uma jogada tipo, é porque é necessário nos treinos semanais preparar os jogadores para outras alternativas ofensivas.

Quero eu com isto dizer que não percebo a critica de Vitor Pereira. Porque só dois tipos de criticas. As dos portistas e as dos não-portistas. A estas, não as leio, não quero saber delas. As dos portistas, há que olhar para elas com atenção porque reflectem o pulsar e sentimento dos adeptos que são o que tornam o clube grande. Ou alguém imagina que um clube pode ser grande e vitorioso num estádio vazio?

Vitor Pereira, para além de estar a demonstrar claras dificuldades em cumprir o papel que se lhe destinou, não percebe o valor das criticas. Bem ao contrário do que devia acontecer, não retira delas o sumo para corrigir o seu caminho.

E quando assim é, lamento, mas não perspectivo grande futuro sobre o estado de saúde do doente.

Espero que, ao menos, os jogadores se unam em campo e saibam mostrar que ainda se lembrar e sabem como é possível ser a 3ª melhor equipa do mundo. E que comecem a demonstrar isso mesmo ainda hoje à tarde, contra o Nacional.

Porque hoje ainda lá estarei para ver o jogo, como lá estive contra os cipriotas e em todos os outros jogos em casa desta temporada. Mas confesso que a minha paciência para ver maus jogos está a chegar ao fim. Para ver mais maus espectáculos fico em casa a ver no sofá. A vida não está para gastar pelo menos 17 euros para ir ver o jogo - portagens, 7,1 euros, combustível para 100 km, quase 7,5 euros, 2 bilhetes de metro, 2 euros (porque comprados em quantidade antes do recente aumento...) e ainda mais uns trocos para comidas e bebidas, é muita coisa. Em casa, fica mais barato... Aliás, basta ver a quantidade de público que tem ido ao Dragão e percebemos isso mesmo.


Confesso, estou cada vez mais preocupado.

Mas sempre com esperança que o próximo jogo seja o da cambalhota, que tudo vire e reinicie a trajectória que todos os adeptos esperam da equipa.

2011/10/20

Concreta 2011

Hoje fui à Concreta, a feira de materiais de construção, onde não ia desde o já longínquo ano de 2005.

Primeira impressão à vista desarmada, sem conhecer números: menos stands, menos gente, menos empresas. Logo, menos oportunidades de negócios. Provavelmente, reflexos do cenário de crise que a indústria da construção vive desde há vários anos e acentuada neste último ano, onde fecham cerca de 300 empresas do sector por mês, onde fecham imobiliárias, onde os técnicos emigram, onde os promotores pararam de investir como demonstram as constantes quedas de licenças de construção emitidas.

No restante, gostei de alguns produtos que vi. Algumas empresas procuram sobreviver à custa da diferenciação no mercado, de se tentarem colocar num patamar de qualidade ou inovação mais elevado do que a concorrência.

CONCRETA

 No entanto, também achei engraçado que há empresas que neste período de tempo não inovaram nada, pelo menos do ponto de vista expositivo. A Cimpor é o exemplo mais flagrante: o stand e os catálogos são do mesmo género desde 2005 - com excepção dos produtos que, mau era, foram evoluindo ao longo do tempo. Pelo contrário, a Valadares e a Sosoares tinham dos mais interessantes e bem conseguidos stands da feira, quanto a mim.

Num sinal positivo, de aposta e crença no país e no mercado, vi também bastantes empresas estrangeiras a tentarem entrar no nosso mercado (ou reentrarem) no que me parece um claro manifesto de que há ainda espaço para o sector progredir e voltar a ter melhores dias.

Lamentavelmente, não vi - ou não reparei - em nenhum empresa de Guimarães. Do distrito, sim: Braga, Barcelos, Famalicão. E assim, não havendo promoção, não há vendas nem há evolução do negócio...

Até ao próximo sábado (até sexta apenas aberto a profissionais do sector), na Exponor, em Matosinhos.

Está tudo louco?

Greve geral num momento destes. Soares a dizer bem de Cavaco. Seguro em périplo europeu, só faltou encontrar com quem nós sabemos em Paris.

Acho que não tarda muito vou ouvir Cavaco dizer que "há mais vida para além do orçamento"...

O que se passa neste país? Será que a única pessoa lúcida é Medina Carreira?

2011/10/18

Um livro que deve valer a pena

O novo livro de José Rodrigues dos Santos, intitulado "O Último Segredo", deve ser daqueles que me prende do principio ao fim.

E para mais, com uma temática semelhante ao último livro que li, do Luís Miguel Rocha, "A Mentira Sagrada".

Este será um dos próximos a comprar - e a lista aumenta, já vai nos 3 ou 4 livros...

2011/10/15

Indignados?

Pergunto-me quem são os promotores indignados... Porque de apartidário, nada tem. Um movimento onde só se vêm deputados do PC e do BE, onde só comentadores desses partidos destacam e defendem isso na TV, que defendem o fim do capitalismo (já agora, substituído por quê?) não é apartidário. É de esquerda, melhor dizendo ainda, de extrema-esquerda.

Compreendo que o cidadão esteja indignado e revoltado. Quem não pode ficar dessa forma, sentir-se assim, quando percebemos que o país está à beira da falência, que mal tem dinheiro para pagar os ordenados e que se não tivessem sido injectados muitos mil milhões de euros pela Troyka, neste momento o Estado tinha vários meses de ordenados em atraso, os organismos públicos estavam paralisados sem materiais para trabalhar e, possivelmente, sem luz, água e telefone.

É revoltante e é para ficar indignado, pois claro! Mas o problema não é deste Governo. Nem da Troyka. Por mais que a esquerda e alguma imprensa tente passar essa ideia, a Troyka foi um meio de atenuar o problema e o Governo é o instrumento para tentar resolver o problema.

É evidente que o país está a sofrer imenso com as medidas apresentadas no Orçamento de Estado. É evidente que se pode cortar mais noutros sítios - o problema é que só esses não chega. Há pensões douradas de políticos que podiam - e deviam - ser também congeladas. Por exemplo, os ex-Presidentes da Republica que têm imensas mordomias - escritórios, carros, secretárias, pensão - deveriam ver essas benesses retiradas nem que fosse temporariamente. Ou que deveriam passar a pagar as pensões aos "reformados" políticos após os 65 anos, idade da reforma - não se retirando direitos, eram postergados para daqui a alguns anos. Ou que cada político só devia receber uma pensão - em vez de 2, 3 e sei lá quantas pensões acumuladas que o comum do cidadão não tem direito. Poupava-se muito? Sim, mas não era o suficiente, valia mais pelo exemplo do que pelo valor em si. Sim, o Governo poderia taxar outras coisas como as operações bolsistas, por exemplo - mas da ultima vez que um Governo fez isso, muitas empresas mudaram a sua sede para fora de Portugal - Irlanda, Holanda, Galiza - porque esses países oferecem melhores condições de impostos do que Portugal - e que eu saiba, as suas sede oficiais ainda lá se mantêm...

Resumindo: indignado? Sim, estou. Com o facto de Sócrates e muitos outros responsáveis políticos responsáveis pela governação entre 2005 e 20011 não estarem ainda a serem julgados por gestão danosa - ainda há dias se soube que o anterior Secretário de Estado Paulo Campos ignorou o aviso que o negócio das SCUT seria ruinoso para o Estado, tendo assinado o contrato que favoreceu objectivamente uma empresa cujo presidente do CA é um destacado militante e ex-ministro do PS. Se isto não é gestão danosa, o que é gestão danosa? Estou indignado por saber que o nosso ex-Primeiro Ministro enquanto "estuda" (?) em Paris filosofia, como o ancestral Sócrates que morreu envenenado com cicuta, gosta de comer em restaurantes de luxo onde se paga mais de 100 euros por um prato de massa. Onde ganhou ele dinheiro para essa vida faustosa? Com os rendimentos de político não foi (no auge ele ganhava 100 mil euros por ano como Primeiro-Ministro) e como engenheiro civil trabalhou na CM da Covilhã e assinou uns projectos "bizarros" que no máximo lhe valeram umas centenas de contos à época. Gostava, sinceramente, de perceber isso... e gostava que o PGR investigasse os claros indícios de riqueza que ostenta (fatos de marca, cliente referenciado em lojas de alto luxo, estudante sem trabalho a residir em Paris, casa avaliada em mais do que 20 anos de trabalho do melhor ano de rendimentos dele...) porque se há 2000 anos atrás Júlio César divorciou-se porque à sua mulher não bastava ser séria, tinha também de parecer séria, hoje em dia isso é ainda muito mais válido.

Indignem-se, sim, contra estes senhores que ainda têm o topete de aí andar de nariz levantado e fazer de conta que nada tiveram a ver com os últimos 6 anos e meio de Governo de Sócrates. Fora o resto, deixem-se de ser levados por pretensas manifestações apartidárias cujo o único objectivo é cumprir aquilo que a ideologia comunista-marxista-leninista defende: o progresso da civilização só é possível pela ruptura violenta - como fizeram em 1917 na Rússia - e reparem que não é o progresso social, é o progresso da sociedade, é o dito homem-novo que nunca surgiu.

Indignados, sim, mas contra causas e pessoas responsáveis pela actual situação. Que não são a Troyka nem o actual Governo...

2011/10/12

O passo em falso!

Ontem pensei que fosse possível, quase natural, assegurar directamente a qualificação directa para o Euro2012.

Afinal, descobrimos que Shakespeare está mais actual do que nunca: havia algo de podre no reino da Dinamarca... e era a selecção de Portugal!

A equipa que ontem alinhou deveria ter todas as condições para garantir, no mínimo, o empate que bastava para arrumar o assunto. Mas algo falhou...

Falhou a atitude da equipa, que entrou a medo e lenta contra a velocidade e energia posta em campo desde o primeiro momento pelos dinamarqueses (golo sofrido aos 3 minutos, anulado, e golo validado aos 12 minutos). Falharam os principais jogadores da equipa que passaram ao lado do jogo: Cristiano Ronaldo só apareceu aos 91', Nani foi inconsequente o jogo todo, Carlos Martins foi uma nulidade absoluta.

É evidente que este jogo surgiu em má altura, com várias lesões e baixas de forma de peças nucleares do esquema de Paulo Bento. Felizmente que, pelo menos, Rui Patrício foi o melhor dos portugueses ou então em vez de comentarmos a derrota, estávamos a comentar a humilhação. Mas Paulo Bento não ajudou: afinal, porque não é convocado Bosingwa? E será que Postiga estava melhor que Nuno Gomes, apesar da sua proveta idade? E não haverá melhor que Carlos Martins?

Enfim, a realidade que este foi um passo em falso e em vez de carimbar o passaporte para a Polónia/Ucrânia, vamos ainda ter de fazer uma viagem à Bósnia, à Estónia, ao Montenegro ou à fava da Turquia para lá podermos chegar. Não vai ser fácil, mas desde que não joguem como ontem, ainda é possível...

2011/10/11

A um passo da Polónia e da Ucrânia

Dentro de momentos inicia-se o jogo decisivo da Selecção de Portugal que, após o inicio titubeante, conseguiu encarreirar com a entrada de Paulo Bento para o lugar de seleccionador, não sem mais algumas dificuldades e incongruências pelo caminho.

Em todo o caso, está nas mão - ou melhor, nos pés - dos nossos jogadores a qualificação directa para o Europeu de futebol de 2012 a realizar conjuntamente pela Polónia e Ucrânia. Basta para tanto não perder. O empate já garante a qualificação, a vitória confirma-a de forma categórica.

Começou bem, por isso, Paulo Bento, ao usar a equipa do costume, que deverá jogar na forma tradicional e não mudando o esquema, como tantas vezes os treinadores fazem quando jogam para o resultado - e normalmente com os resultados trágicos que sabemos...

Espero que corra bem o jogo, para no final podermos comemorar a ida ao 5º europeu, 3º consecutivo (desde que organizamos em 2004 o nosso que não falhamos) numa demonstração de competência e continuidade que o futebol português, mesmo com todos os seus problemas e idiossincrasias tem.

POR-TU-GAL! POR-TU-GAL! POR-TU-GAL!

2011/10/10

Leituras [63] - A Mentira Sagrada, de Luís Miguel Rocha

Mais um excelente livro deste jovem autor português que merece todo o destaque que a imprensa internacional lhe tem dado (nomeadamente o New York Times) e que, pelo que tenho acompanhado na página do Facebook do autor, em breve valerá um contrato com uns estúdios americanos para passar este excelente thriller ao grande ecran.

Merecido!

Porque a história é excelente, contada em capítulos curtos que se lêem de um só travo, um atrás do outro. Uma trama bem amarrada, com pormenores muito interessantes, que nos conta no pano de fundo a história de um Jesus, o Nazareu, o homem que existiu para lá da religião a que deu nome.

Em 2007 já havia lido também deste autor "O Último Papa" e que então me deu a conhecer, de forma muito positiva, L.M. Rocha. Estou muito satisfeito em ver a evolução que sofreu, para melhor, desde então. E como ele anunciou já estar em "modo de escrita", estou ansioso para ver o que aí vem num futuro próximo.

E enquanto o futuro não chega, terei de me contentar com outro livro dele, dos mesmos moldes destes, "Bala Santa" e que em breve irei comprar para juntar à minha biblioteca...

Entretanto, fica aqui a sinopse deste "A Mentira Sagrada":

"Será que Jesus foi mesmo crucificado?

Terá tudo acontecido como a Bíblia descreve?

Na noite da sua eleição para o Trono de São Pedro, o Papa Bento XVI, como todos os seus antecessores, tem de ler um documento antigo que esconde o segredo mais bem guardado da História - a Mentira Sagrada. Em Londres, um Evangelho misterioso na posse de um milionário israelita contém informações sobre esse segredo. Se cair nas mãos erradas pode revelar ao mundo uma verdade chocante. Rafael, um agente do Vaticano, é enviado para investigar o Evangelho... e descobre algo que pode abalar não só a sua fé mas também os pilares da Igreja Católica.

Que segredos guardará o Papa?

E que verdade esconde o misterioso Evangelho?"