2012/12/31

Adeus, 2012

E que não regresses tão cedo, porque não deixas saudades.

No país, o que havia para correr mal, correu mesmo mal e nos piores momentos, corolário da Lei de Murphy! Nem vale a pena falar mais sobre o assunto...

O que fica de bom? Uma CEC2012 que, se não ajudou muito, pelo menos deu animo a quem esteve por Guimarães. O meu receio é a factura que, de certeza, vai aparecer em 2013...
O título do FC Porto que, qual relógio suíço  vai somando pontos, vitórias e títulos de forma consecutiva, ano após ano, afrontando os poderes centralistas lisboetas e atemorizando seguidores de outros clubes.
E o meu mestrado concluído na sua componente lectiva em Julho, deixando agora espaço para avançar para a dissertação, mas ficando desde já a pós-graduação despachada!

E houve saúde, pelo menos, mais crise de vesícula,  menos pingo do nariz... Foi fraco ano, mas passou-se. 366 dias depois, estou pronto para outro!

2012? Game over!

2012/12/28

O Porto, o Norte, o centralismo de Lisboa e os políticos

Alguns comentários sobre a sugestão de Paulo Rangel de se fazer "um 15 de Setembro conta o centralismo do Governo" na Avenida dos Aliados.

1. O Porto
Tem vindo a perder peso no Norte, quer porque os concelhos limítrofes se impuseram no seu estatuto de dormitórios atraindo imensa população, quer porque muitos dos principais representantes da cidade foram deslocalizados para outras zonas, nomeadamente para a capital, quer ainda porque o eixo Guimarães-Braga ganhou um enorme peso nos últimos 20 anos, metropolinizando-se (se é que existe este palavrão) e autonomizando-se em muitas das suas necessidades do Porto.
Mas o Porto sempre foi centralista no Norte, como se percebe desde a questão do Vinho do Porto - que é produzido no Alto Douro e armazenado em Gaia - até ao pouco interesse que tantas vezes demonstrou ter sobre o restante território nortenho, olhando mais para o restante território como extensões do que como outras partes importantes no todo.

2. O Norte
Não há norte político, apesar de haver um norte geográfico  um espaço mais ou menos bem delimitado da Galiza até aos municípios que fazem a encosta sul do Rio Douro. Mais, este norte, se bem explorado, poderá até incluir a própria Galiza, num renascimento do que foi a ideia do Eixo Atlantico do Noroeste Peninsular e que está, basicamente, moribundo.
A sua força poderia ser enorme se os municípios se soubessem unir e trabalhar em conjunto para esse fim. No entanto, é enviesado o sentido da coisa e todos se querem apropriar desta ideia de serem os líderes do norte e acharem que os vizinhos só estão na coisa para tirar vantagens sobre eles, para que esta grande região se ande a degladiar entre si apenas com o beneficio do centralismo de Lisboa.

3. O centralismo de Lisboa
É uma realidade, não há como contornar a questão. Desde há muito que Portugal é Lisboa e o resto é paisagem para os Governos que centralizam o grosso do investimento na área da Capital, que procuram puxar para lá todos as iniciativas/entidades/organismos de algum sucesso fora de lá e que insistem em não olhar para o país como um todo.
Casos como o recente desejo de António Costa de levar para o Tejo a corrida de aviões da Red Bull (que movimentava cerca de 700 mil a um milhão de espectadores num fim de semana na zona ribeirinha do Douro) foi o último de muitos outros exemplos, que passam de sedes de empresas importantes até ao encerrar de delegações ministeriais no Norte e obrigação de deslocação a Lisboa para se tratar dos assuntos e, naquele que para mim é o mais grave dos centralismos: a condensação de grandes investimentos em Lisboa contra as migalhas do resto do país. Vejam-se os casos dos últimos grandes investimentos do Estado português: a rede de estradas (uma miríade de autoestradas, muitas ainda grátis, na zona de Lisboa, várias paralelas entre si, com obras de elevadíssimo valor de execução não só por causa do preço dos terrenos mas pela megalomania com que foram executadas), a Expo-98 (que poderia ter sido feita em muitos outros pontos do país) ou até o Euro-2004 onde Lisboa recebeu 2 estádios novos que juntos custaram quase tanto como os outros todos juntos).

4. Os políticos
Os do norte, hoje, não têm peso. Rui Rio perdeu-se em batalhas citadinas e não saiu do seu território, não aproveitou a credibilidade que tinha externamente e que conquistou pelo rigor e disciplina económicos que levou para a CM Porto para se impor. Menezes esteve sempre na peugada de Rui Rio, com um olho no país e outro na CM Porto. Aqueles que têm chegado ao Governo ao longo dos anos oriundos do Norte não têm sabido ser seus amigos e, quando chegam a Lisboa, rapidamente trocam os discursos pró-norte por práticas centralistas, beneficiando a região de Lisboa em detrimento do Norte.

5. Paulo Rangel
O ideia que Paulo Rangel desenvolve não é nova nem é má. Os motivos que aponta é que não são bons. Por causa de um programa de televisão? Por causa de uma administração da Casa da Música ter menos um milhão para gastar no próximo ano (quando lá fui vi milhares de Euros gastos em programas multicoloridos, livretos, tudo em papel grosso e caro e com elásticos a envolver, cheios de rócócós e coisas sem nexo onde se via que dinheiro ali, não faltava) ou por causa da privatização da ANA? Não faz sentido, isto é "non-sense", é "lana caprina" e não o fulcral, não o essencial, não os verdadeiros assuntos de estado que urge discutir e defender.

Em conclusão, a critica é, quanto a mim justa porque verdadeira, mais em relação ao Norte que ao Porto propriamente dito.
Mas os argumentos devem ser revistos, bem como a forma e o local onde a critica é feita.
Enquanto políticos como Paulo Rangel não perceberem que devem primeiro criar uma estrutura unida e forte no Norte, agregando outros políticos do Norte todo, agregando até a Galiza, agregando as ideias que o Norte tem e precisa de defender e só depois então embarcar nessas manifestações populistas que para resultarem devem, primeiro, ser sentidas pelas populações que nelas terão de dar corpo e voz, nunca iremos a lugar nenhum e continuaremos a ser um alvo fácil do centralismo de Lisboa que continua a dividir (o norte) para (melhor) reinar!

2012/12/22

É o fim...

...do fim do mundo!

Os EUA não bombardearam o Irão, o Irão não bombardeou Israel, Israel não bombardeou a Palestina, a Palestina não atirou pedras a Israel (bem, estes dois últimos factos estão sujeitos a confirmação...) e não houve meteoritos, tsunamis, vulcões e terramotos devastadores, os aliens não apareceram na Terra. O Benfica continua a ganhar campeonatos na Playstation, o Sporting continua a não ganhar (bem, para eles esta época tem sido o fim do mundo) e o Pinto da Costa continua a ter o cadastro limpo... O Marcelo não se candidata a Lisboa (logo Cristo não desce à terra) e o Governo não caiu. A TAP não foi privatizada, mas também ainda não faliu. A CP continua com as greves intermináveis (e a CP ainda não faliu) e os estivadores de Lisboa continuam de férias (há quem diga que é greve, mas como o Porto de Lisboa ainda não faliu, estou em crer que são férias).

Tudo segue o seu decurso normal nestes tempos anormais.

Nenhum acontecimento anormal aconteceu... a não ser o mundo que não acabou!

Ficou o mundo que não acabou. E ficaram os humanos que, esses sim, tudo têm feito para acabar com o mundo. E agora, alguém sabe quando é que o mundo acaba outra vez?

2012/12/21

Apocalipse

Parece que hoje. Não se sabe bem é se no horário do México... pelo menos, aqui em Portugal, há 45 minutos que estamos em 21 de Dezembro e o mundo cá se aguenta...

Acho que vou sobreviver a mais uma catástrofe natural...

2012/12/12

12-12-12, 12h12

Parece que só daqui a 89 anos haverá um ano, mês e dia com o mesmo digito. Será a 1-1-1, isto é, a 1 de Janeiro de 2101. Desconfio que já cá não estarei, mas deixo aqui a ideia na net. ;)

E fazê-lo às 12 horas e 12 minutos torna a coisa ainda mais simbólica. Só porque sim...

2012/12/10

Do Nóbel da Paz à UE

Apesar de alguma contestação de uma certa esquerda ideologicamente preconceituosa contra o projecto de unificação europeia que manteve o continente europeu sem guerras desde 1945, achando que alguns arrufos que eles próprios andam a provocar em alguns países que enfrentam algumas crises financeiras são o suficiente para não haver paz, é muito justo que a União Europeia seja premiada.

E, para nós portugueses, deveria ser motivo de orgulho que seja um português a presidir à mesma neste momento em o Nobel é entregue, conseguindo até (que ninguém duvide que foi Durão Barroso a conseguir) fosse um grupo português a tocar uma peça de Marceneiro reinventada de forma moderna e interpretada brilhantemente em português.

A União Europeia conseguiu diminuir o fosso entre ricos e pobres na Europa (pensem no que eram os países pobres em meados do século XX e o que eram os países ricos, e o que ambos são hoje), conseguiu terminar com os desejos de hegemonia militar que grassaram o centro da Europa desde os inícios do século XX até aos seus meados, conseguiu ser uma "arma" excelente contra a guerra fria que ameaçou a paz não só na Europa, como no mundo, e conseguiu evitar que o comunismo avançasse pela Europa dentro e ainda "conquistou" a democracia para os países que sob o jugo da velha URSS caíram com o peso do muro derrubado de Berlim. Se calhar é por estas duas últimas razões que a tal esquerda preconceituosa não gostou deste prémio Nobel da Paz atribuído à UE...

É, por isso, justo o prémio, muito justo!
Se hoje vivemos numa Europa de liberdade, de facilidade de circulação, de desmilitarização constante, de maior atenção ao social e à sociedade - isso deve-se ao projecto da União Europeia não só como ela é hoje, mas também das suas diversas etapas que atravessou (CEE, Benelux). É muito bom viver numa Europa que está em paz desde 1945, ou seja, 67 anos de paz - talvez o maior período de paz no nosso continente desde o Renascimento...
E foi ainda com muito orgulho que vi portugueses como protagonistas da cerimónia.

2012/12/07

O que tu queres sei eu... [VI]

Seguro admite exigir eleições antecipadas!

Pois admite... é que se não houver eleições antecipadas, ele nem sequer chega a ser candidato nas eleições legislativas porque antes delas ele ainda tem de ganhar as directas no seu partido e o António Costa anda a fazer-se ao cargo...

Pois, pois... o que tu queres sei eu...

2012/12/06

RIP Óscar Niemeyer, 1907.12.15 - 2012.12.06

A vida pode ser um LONGO sopro.

Niemeyer, 104 anos, a 9 dias de completar os 105, partiu.

Trabalhou, no seu atelier, quase até ao fim dos seus dias. A obra fantástica que legou à humanidade ficou, para sempre, Brasília (na foto ainda em obra) a sua marca maior.

Obrigado.

2012/12/05

O Futuro somos nós. E começa já no Outono de 2013!

O PSD de Guimarães organizou o seu já tradicional convívio de Briteiros, onde anualmente se reúne para confraternizar e conviver com os seus militantes e simpatizantes.

Normalmente estão presentes cerca de 200 a 300 pessoas.

Mas não este ano.

Porque este ano elevou-se a fasquia e atingiu-se o patamar do meio milhar de pessoas, motivadas que estão com a apresentação da candidatura de André Coelho Lima à presidência da Câmara Municipal de Guimarães. E foi com a presença também do CDS, o parceiro da coligação "Juntos por Guimarães" que o recinto da Quinta do Forno foi pequeno para acolher todos aqueles que quiseram naquela tarde confraternizar e comemorar o lançamento da candidatura.

Fica um video-resumo do discursos, para poderem partilhar também:

2012/12/04

Camarate, 32 anos depois

O assassino de Francisco Sá Carneiro aconteceu há 32 anos atrás. Poderia ser hoje outro o Portugal que temos. Infelizmente, de propósito ou como "dano colateral", não deixaram Sá Carneiro continuar o seu Governo e a sua Vida dedicada à causa pública, à Democracia, a Portugal.


Nota final para um dos seus maiores adversário políticos. Hoje mesmo, dia dos 32 anos do seu assassinato, escreveu no DN uma crónica que demonstra bem a sua baixeza política: nem uma palavra sobre o assunto, antes deixa um aviso (ou ameaça?) ao actual primeiro-ministro, "Tenha, pois, cuidado com o que lhe possa acontecer. Com o povo desesperado e, em grande parte, na miséria corre imensos riscos." É isto que distingue o grande Homem que foi Sá Carneiro, como se vê no vídeo acima, dos pequenos políticos e politiquices que outros promovem ainda nos dias de hoje.

2012/11/25

Ferrari de Alonso quase chegava ao título...

Foto Scuderia Ferrari
...mas faltaram uns míseros 4 pontos para terminar campeão do mundo!

Apesar de ter um carro muito mais fraco que o Red Bull, o que se notou mais na segunda metade da época, o momento chave foi, quanto a mim, o 12º grande prémio dos 20 da época, em SPA (Bélgica) quando Alonso foi atingido na primeira curva por Grosjean (que nesse incidente conseguiu, só ele, pôr de fora ainda o Hamilton e o Perez!) e que quase custou a vida do asturiano quando este viu passar uma roda do Lotus a centimetros da sua cabeça - de resto, incidente este que valeu ao piloto francês um castigo de uma corrida.

Até essa corrida, Alonso liderava com uma vantagem muito razoável fruto de ter terminado até então todos os anteriores 11 grandes prémios, tendo acumulado 32 pontos de vantagem sobre Vettel (154-122). A partir desse 2 de Setembro, a vantagem que o asturiano havia construído esboroou-se em pouco mais de um mês - até 7 de Outubro, no GP do Japão, quando Alonso volta a não terminar a corrida (as únicas duas que não pontuou esta época, tendo terminado 13 das 20 corridas no pódio!) apenas conseguiu dois terceiros lugares em Itália e Singapura, num total de 30 pontos em 4 grandes prémios, enquanto Vettel nesse período de tempo e grandes prémios termina 3 deles, vencendo 2 e ficando em 2º noutro, conquistando 58 pontos e conseguindo assim recuperar de 32 pontos de atraso antes do GP da Bélgica para uma vantagem de 6 pontos sobre o Asturiano.

Ou seja, tendo Vettel terminado com 3 pontos de vantagem sobre Alonso hoje, bastava ao asturiano na Bélgica ter terminado em 8º e ter conseguido os respectivos 4 pontos para ter sido campeão, algo que se poderia pensar conseguir com facilidade pois durante toda a época apenas uma vez, logo na 3ª corrida da época, terminou abaixo dessa posição.

Enfim, não venceu o piloto, venceu a mecânica. O piloto que tinha o carro mais forte conseguiu cumprir a sua tarefa, que era ir terminando corridas e acabou por vencer. Atenção, não quero dizer que Vettel não é bom piloto, nada disso. Ninguém é tri-campeão do mundo aos 25 anos se não for um bom piloto. Acontece é que, quanto a mim, não é melhor que Alonso - ou até que Raikonnen, por exemplo, apenas tem o melhor carro à disposição - por exemplo, o Iceman quando teve o melhor carro à disposição, foi campeão do mundo. Aposto que ele na Ferrari este ano não conseguiria estar na última corrida a lutar e quase conseguir o título. Ou Alonso na Red Bull já teria ganho o título há umas corridas atrás...

Fica a esperança que durante este Inverno a minha Ferrari trabalhe muito e consiga para a próxima época recuperar este gap que a separa da Red Bull - não só o campeonato poderá ser melhor ainda, como eu ficaria contente por voltar a comemorar um titulo da Scuderia, coisa que não faço desde o já longínquo ano de 2007...

2012/11/21

E para o título da F1...


...este ano ser de Vettel, ele tem de:
- Chegar entre os 4 primeiros colocados;
- Chegar entre 5º e 7º e Alonso em 2º;
- Chegar entre 8º e 9º e Alonso em 3º;
- Chegar em 10º ou abandonar e Alonso não subir ao pódio.


Mas o que eu quero mesmo é que o piloto da Ferrari seja o campeão, pelo que Alonso terá de:
- Vencer e Vettel chegar em 5º;
- Chegar em 2º e Vettel em 8º;
- Chegar em 3º e Vettel em 10º.

Vamos lá, asturiano, tens de fazer o que fazes quase sempre (um pódio, são já 85 na sua carreira) e esperar que o alternador ou o KERS do Vettel façam o que tantas vezes fizeram este ano: crasharem!

Forza Ferrari!


2012/11/15

O que tu queres sei eu... [V]

Seguro diz que se for primeiro-ministro austeridade será necessidade e não prioridade!

Pois... ou seja, a austeridade continuará para uns (o chamado "povo") mas não para eles (socialistas do poder) que voltariam a fazer o que sempre lá fizeram: gastar sem freio e ajudar os amigos.

Vai lamber sabão... o que tu queres sei eu...

2012/11/10

O que tu queres sei eu... [IV]

"Segurança é excessiva e demonstra falta de soberania" diz o recorrente Otelo para dar nas vistas, a pensar que assim sempre podia armar a confusão na visita da Sr.ª Merkl e sempre pronto a dizer disparates quando lhe põem um microfone à frente. Não, espera, este sempre disse disparates a vida toda, com ou sem microfones à frente!

Leituras [72] - O Prisioneiro do Céu, de Carlos Ruiz Záfon

Este escritor espanhol continuou a sua saga de histórias em volta da Barcelona dos anos 30, 40 e 50 e torneando os personagens já modelados em anteriores histórias como David Martin, Daniel Sampere e seu pai, o mítico Fermín de Romero Torres, entre outros.

No entanto, quanto a mim, este é quanto à forma da escrita o mais desinteressante de todos eles: a poesia, a musicalidade que encontrou nos outros livros da primeira à última página, neste apenas surge a espaços. No entanto, em seu abono, esta é talvez a história mais bem construída, com mais lógica e ligação dentro dela própria e até com as outras histórias.

Para quem já leu os outros, é obrigatório ler este também!

Sinopse:


"Barcelona, 1957. Daniel Sempere e o amigo Fermín, os heróis de A Sombra do Vento, regressam à aventura, para enfrentar o maior desafio das suas vidas. Quando tudo lhes começava a sorrir, uma inquietante personagem visita a livraria de Sempere e ameaça revelar um terrível segredo, enterrado há duas décadas na obscura memória da cidade. Ao conhecer a verdade, Daniel vai concluir que o seu destino o arrasta inexoravelmente a confrontar-se com a maior das sombras: a que está a crescer dentro de si.
Transbordante de intriga e de emoção, O Prisioneiro do Céu é um romance magistral, que o vai emocionar como da primeira vez, onde os fios de A Sombra do Vento e de O Jogo do Anjo convergem através do feitiço da literatura e nos conduzem ao enigma que se esconde no coração de o Cemitério dos Livros Esquecidos.
"

2012/11/07

O melhor ainda está para vir...

... disse Obama no discurso de vitória (...the best is yet to come!). Ou a prova maior da desilusão do primeiro mandato.

Obama ganhou, mas não esmagou, não convenceu. Foi mais o mal menor, antes ele que o republicano que achava que as janelas dos aviões deviam abrir. Foi mais uma promessa de campanha fora dela - prometer que o melhor ainda está para vir é talvez a mais difícil das promessas que fez de cumprir.

Obama ganhou mas deixou um país profundamente dividido e perdeu o controlo do Congresso, pelo que o seu segundo mandato será novamente muito complicado e, muito provavelmente, inconsequente como o primeiro. Depois de um Hollande que prometeu afrontar a Sr.ª Merkel e agora a apoia em grande e faz as políticas que aqui em Portugal a esquerda não deixou que Passos Coelho fizesse, vamos nos próximos anos assistir a muitas capitulações do Obama que, para história e depois dos grandes feitos que prometia a toda uma imprensa de esquerda que esperava dele ser o novo "Messias", ficará apenas como o primeiro presidente não-branco daquela nação...

Não sei o que vê a imprensa europeia de tão grande estadista em Obama. Aumentou o défice, aumentou a dependência externa do país em relação ao petróleo, aumentou o desemprego, não tirou o país da crise (apenas a mitigou). Isto é um grande estadista? I don't think so...

E começou já a campanha para 2016...

NOTA - E não estou a dizer que queria que ganhasse o Romney porque acho que não seja melhor do que Obama, apenas penso que Obama não é tão bom como o querem pintar.

2012/11/06

Juntos por Guimarães: Programa Participativo

Quando na passada sexta foi apresentada a plataforma "Programa Participativo - Repensar Guimarães com os Vimaranenses" pela coligação Juntos por Guimarães, não foram apenas meras palavras de circunstancia que alo foram ditas.

Nós acreditamos muito na participação e colaboração das pessoas e entidades na realização do nosso programa político. E, na verdade, ainda antes de instituirmos esta plataforma publicamente temos tido já muitas pessoas e entidades a participarem porque já andamos no terreno há muito tempo, a visitar freguesias e instituições para sentir o pulsar da terra, das comunidades - olhar para o futuro para construir o presente, sentir o presente para delinear estratégias de futuro!

Mas como queremos mais participação ainda, mais envolvimento da comunidade local, deixo aqui o link directo onde podem deixar a vossa ideia, questão, vontade de participar. Esse é o meu objectivo. É aqui, no Programa Participativo. Ou então na página da coligação no Facebook, como é evidente. E também vos convido a "gostarem" desta página caso queiram ir-se mantendo a par das actividades que se vão desenrolar daqui para a frente.

Porque todos nós podemos ter uma palavra a dizer no "nosso" programa que irá levar o André Coelho Lima até à presidência da Câmara Municipal em 2013.

2012/11/05

A 24 horas das eleições americanas...

...os resultados são imprevisíveis estando todas as hipóteses de pé: re-eleição de Obama com vitória deste no colégio eleitoral e votos, re-eleição de Obama com vitória no colégio eleitoral e derrota nos votos, vitória de Romney no colégio eleitoral e derrota nos votos e vitória de Romney no colégio eleitoral e votos.

Sabemos, da re-eleição de G.W.Bush (filho) que o sistema americano é muito complexo e que nem sempre a vitória em votos directos equivale a uma vitória no "colégio eleitoral" que é quem, de facto, elege o presidente.

E como muitas poucas vezes o presidente em funções não foi re-eleito, é muito estranho que a tão poucas horas da votação (a uma terça-feira!) ainda estejam todas as hipóteses em aberto e haja um empate técnico nas sondagens. É desde já, não uma derrota, mas um enfraquecimento do mandato do próximo presidente, com todas as consequências que isso pode ter para o nosso país e para a Europa - um presidente americano mais fraco ou mais fragilizado internamente irá, no meu entender, procurar robustecer a sua posição e descurar as relações bi-laterais, será mais ego-estatal do que interessado no relacionamento com o resto do mundo e com a Europa em particular.

E isso, atendendo à grave crise que atravessamos, é duplamente negativo.

Obama foi uma desilusão para toda uma esquerda que pensava, novamente depois de 3ª via de Blair, que havia soluções à esquerda para a crise que atravessamos há mais de uma década. Não foi o Messias e nem tão pouco conseguiu afirmar as suas políticas no seu país que está ainda, a 24 horas das eleições, mais virado para o substituir por um aparentemente fraco candidato como Romney do que o manter no cargo.

Que sirva de reflexão interna também isso: substituir agora Pedro Passos Coelho por Seguro iria resolver o problema (ou iria agravar?), será Seguro o homem que tem mais soluções milagrosas de esquerda para resolver o problema económico que a esquerda criou e agravou? Acompanhemos, por isso, com apreensão, o que se vai passar nos EUA amanha e o que se vai passar por cá a seguir...

O que tu queres sei eu... [III]

Conheça a carta que Seguro enviou a Passos

Mais um que o quer é manter as despesas como sempre e continuar a xuxar à custa de todos...

2012/11/02

Plataforma "Programa Participativo - Repensar Guimarães com os Vimaranenses"

Hoje à noite é apresentado no auditório da Fraterna, na zona de Couros, a primeira iniciativa da coligação PSD-CDS "Juntos por Guimarães".

E a primeira iniciativa é, nada mais, nada menos, que a apresentação de uma plataforma que visa desenhar, de forma participativa, o futuro de Guimarães, repensando o concelho e cidade em conjunto com todos os Vimaranenses que o queiram fazer também neste novo ciclo governativo que se vai abrir em 2013.

Porque em 2013 será preciso um novo paradigma de governação autárquica - como se tem vindo a perceber, até pelo que se passa no país, o modelo de governação dos últimos 23 anos extinguiu-se por si próprio: não há dinheiro para grande investimentos públicos e o concelho está já dotado de inúmeros equipamentos públicos da mais variada ordem, cujo problema principal será nos próximos anos garantir a sua sustentabilidade. Isso exige novas formas de abordar a governação, coisa que os actuais responsáveis não querem admitir fazer - querem mais do mesmo. O Governo autárquico precisa de ser mais pro-activo na busca de investidores para o concelho, precisa neste momento de dar melhores condições fiscais a quem investe, como forma de aumentar o emprego e a competitividade. Precisa de criar uma cidade inteligente e mais verde. Precisamos de uma geração nova que dê sangue novo a este concelho e o transporte para o futuro de forma sustentada. E precisamos de todos os que queiram participar e contribuir com as suas ideias e perspectivas para esse programa, independentemente da sua filiação partidária.

Por isso, como membro da equipa da coligação "Juntos por Guimarães", venho convidar os meus leitores a participar também. Juntos, construímos o futuro de Guimarães!

2012/10/27

4 mandamentos para as cidades do futuro

Eu, por mim falo, mas já tenho a cabeça no pós-eleições autárquicas quando a equipa da qual sou uma pequenina peça passar a liderar a Câmara Municipal de Guimarães. Vamos encontrar uma cidade com imensos problemas por resolver e com muito pouco dinheiro e uma enorme dívida para produzir soluções. Por isso, tento pensar "out of the box", e por isso tenho andado a estudar coisas que se fazem lá fora. E encontrei este pequeno vídeo do TEDtalks com Eduardo Paes, o presidente de uma das maiores cidades do mundo, o Rio de Janeiro.

E nesta conferência TEDtalks ele aborda aquilo a que chamou de "Os 4 mandamentos das cidades" do futuro. E mostra exemplos de como o Rio de Janeiro está já a aplicar esses mandamentos, com baixos custos e bons resultados. Na senda de Jaime Lerner (presidente da câmara de Curitiba) que revolucionou a forma de planear as cidades, também este homem tem uma conferência inspiracional que nos permite perceber que nem sempre com muito dinheiro se resolvem os problemas das cidades - muitas vezes, é mesmo com pouco dinheiro que as cidades são uma solução porque só assim se conseguem encontrar as soluções mais eficazes para os problemas da cidade.

São 12 minutos onde Eduardo Paes nos apresenta os seus 4 mandamentos:
#1 - A cidade do futuro tem de ser ambientalmente amigável.
#2 - A cidade do futuro tem de lidar com a integração e mobilidade dos seus habitantes.
#3 - A cidade do futuro tem de ser socialmente integrada.
#4 - A cidade do futuro tem de usar tecnologias para estar presente.

Melhor que os ler, é ver a apresentação:

 

Mas também a conferência de Jaime Lerner é muito interessante e inspiradora. Vale a pena ver esta também. Porque mostra que mais que o dinheiro atirado para a fogueira dos problemas, a verdadeira solução está em pensar, inovar e não fazer o mesmo que foi feito durante anos e anos e que, apenas, nos colocou no ponto em que estamos hoje. Como ele disse, "a criatividade começa quando cortamos um zero ao orçamento" e "se tirarmos dois ainda é muito melhor". Aqui fica a apresentação:

2012/10/26

Adeus a Louçã (finalmente!)

Lamento quebrar algum unanimismo sobre a saída de Louçã do Parlamento, mas não acho nada que se tenha perdido um grande parlamentar.

Bem pelo contrário.

Com a saída de Louçã é o fim de um tempo de parlamentares mediáticos, truculentos e por vezes a roçar a má-criação, de sound bites sem conteúdo mas com imprensa garantida, representante de uma demagogia e de um partido extremista que não quer ser poder nas condições democráticas existentes (porque a sua visão de democracia nada tem a ver com o conceito ocidental que nós temos dela) e que nestes longos 13 anos que se manteve no Parlamento apenas fazia faits divers, propaganda barata de teorias económicas apenas seguidas por países como Cuba, Venezuela, Irão, Coreia do Norte e outras ainda mais miseráveis que estas... Era isto um grande parlamentar? Não me lixem, alguém que fica para a história parlamentar por chamar "manso" a um Primeiro Ministro deve deixar Natália Correia, Adelino Amaro da Costa e Sá Carneiro corados de vergonha; esses sim, eram grandes parlamentares e conhecidos por discursos no Parlamento míticos, e devem dar uma volta nos caixões cada vez que dizem e escrevem isso por estes dias!

Louçã tinha todas as condições intelectuais para ser um excelente político. Infelizmente, desbaratou-as para o pior, para a demagogia e para causas sem sentido. Tanto pior para ele que dedicou uma vida a elas, e tanto melhor para nós que ele sai agora - e só espero que por muito que ande por aí, como o outro, não nos chateie muito mais...

Dele apenas lhe louvo uma coisa na sua saída: aparentemente, não vai requerer nem usufruir das inúmeras alcavalas que os deputados se atribuem a si próprios. Ao menos isso!

2012/10/21

Os burlões espanhóis

São muitos, andam aí de 4 rodas e retiram o ticket da autoestrada na entrada mas passam na via verde na saída. Impunemente? Desconfio que sim, de outra forma não eram tantos que já vi a fazer o mesmo...

2012/10/19

Sylvia Kristel

Um amigo comentou que com a morte de Sylvia Kristel ontem, parte do seu imaginário sexual de adolescência morreu também.

Eu só acrescentei que nunca pensei sermos tantos viúvos!

2012/10/14

Workshop de fotografia

Nos últimos 3 dias frequentei um pequeno e rápido workshop de fotografia, mas que foi muito interessante por me ter reavivado alguns conceitos teóricos esquecidos (desde os anos 80 quando o então professor Viana na Escola Secundária Francisco de Holanda nos introduziu esse "bichinho") e falado de algumas técnicas, ou ferramentas, que podemos usar para melhorar a nossa prestação e resultados.

Foi uma parte prática interessante porque permitiu experimentar vários settings de máquina, trabalhando a cena de forma a comparar resultados diferentes, permitindo conhecer melhor a máquina e a forma de retirar dela as melhores fotos.

Alguns exemplos.

Diferenças na escolha do ajuste de brancos:
Com opção Tungsténio









Com opção Nuvens 
Com opção Sol

Fotografia de exposição prolongada (2 segundos) para obter efeito especial na água, sem filtros:
Sem edição de software
Com edição de software, para compensar sobre-exposição



Enquadramento com "molduras" naturais:
Com a "regra dos terços"
Centrando o objecto

Um contra-luz:
 

Um grande-plano:

Compensar o sensor que dá a leitura errada (Igreja escura em vez de visivel, apesar do sensor dizer que a velocidade do obturador e que a abertura estavam correctas):
Escuro...
....claro
 O panning com disparo continuo:

1...

...2...









...3

2012/10/13

Julius Shulman, o fotografo de Frank Lloyd Wright

FL Wright (8 de junho de 1867 - 9 de abril de 1959) foi um dos mais conhecidos e mais inspiradores arquitectos da modernidade. Mas muito da sua fama advém das fotos que espalharam e imortalizaram as suas obras, nomeadamente as suas casas. E o autor de quase todas elas foi este senhor, Julius Shulman (10 de outubro de 1910 - 15 de julho de 2009).

Ver, por isso, as fotos de Shulman permite não só apreciar algumas das melhores obras modernas de arquitectura, precursoras de um estilo que ainda hoje é apreciado e seguido, como ainda de poder apreciar algumas das fotos de arquitectura tecnicamente mais bem executadas e que são também elas, ainda hoje, inspiradoras de muitos dos actuais fotógrafos.

Podem ver inúmeras fotos dele aqui na pesquisa de imagens do Google. As suas fotos podem ainda ser encontradas em inúmeros livros, nomeadamente da Tashen.

Entretanto, ficam aqui algumas das mais icónicas fotos dele:




2012/10/12

O mapa cor-de-rosa

Foi esta semana aprovado na Assembleia Municipal o novo mapa cor-de-rosa do concelho de Guimarães.

Depois de uma não negociação, depois de uma não audição das populações e de algumas juntas de freguesia, tudo culminou com uma não discussão na AM da passada segunda-feira, onde para o PS bastaram 75 minutos de tempo regulamentar para fazer aprovar o seu mapa para o futuro de Guimarães.

É, por isso, uma não reforma. O Governo propôs que se reformasse administrativamente o território. O PS achou que isso era reformar politicamente o território, e foi isso que desenhou no papel. As justificações pífias que deu um dos seus deputados municipais sobre as opções tomadas são isso mesmo, pífias: não têm sentido, não olham para os interesses das pessoas das freguesias afectadas e são prepotentes.
Por exemplo, dizer que Vermil não foi agregada à vila de Ronfe apenas porque foi um critério seguido de não agregar vilas, para não abrir a "caixa de pandora", é não dizer nada, porque esse critério não é um argumento válido para ninguém quando as populações fazem a sua vida ligadas a Ronfe e quando a própria freguesia era parte integrante do ancestral Couto de Ronfe - às populações nada lhes interessa se as outras vilas foram ou não agregadas, o que eles querem é estar integrados numa freguesia que lhes dê maior qualidade de vida e que não lhes complique rotinas de vida. Dizer que Briteiros Santo Estevão não se pode agregar às outras freguesias da milenar freguesia de Briteiros (só recentemente, historicamente, se dividiu em 3 freguesias oriundas das 3 paróquias) porque fica com mais população que as outras freguesias em seu redor é um disparate do tamanho da montanha da Penha, até porque esta já divide o cemitério com S.Salvador por imposição da Câmara, não mencionando a questão escolar onde as 3 freguesias partilham tudo o que é EB. O mesmo se aplica em relação a Rendufe que nada tem a ver com Atães e que quer ser agregado a S. Torcato, sendo que agora o argumento é por causa do tamanho ser o dobro da 2ª maior freguesia se agregadas, o que é outro disparate monumental - para fazer este tipo de agregação forçada às populações, não olhando à realidade do local, às rotinas estabelecidas e tendo  medo de "bichos papões" que não existem (mas que podem ser criados por causa da rejeição das populações) é uma prova maior da menoridade intelectual e política de quem desenhou este mapa a régua e esquadro eleitoral. Argumentos destes são insignificantes, nada justificam e apenas demonstram que não sabem como justificar o que não tem, de facto, qualquer justificação!

Com toda a certeza estas agregações forçadas, impostas por um poder político cansado, desgastado e preocupado com o seu próprio futuro político (e não com as populações) ainda irá dar que falar. Casos há que já prometem continuar a luta até Lisboa, se preciso for. Só espero que a Unidade Técnica no Parlamento olhe para estas questões e corrija os erros que estão a ser cometidos, sob pena de Guimarães ficar com uma má estruturação territorial, em particular se comparado com os concelhos limítrofes que não apresentaram propostas e que, por isso mesmo, vão ser agregados pela Unidade Técnica com critérios bem mais racionais como continuidade urbana, a criação de freguesias com massa (população e território com dimensão razoável) e que permitam fazer destas fontes de crescimento em vez de criar autarquias com atritos, sem ligação espacial e afectiva, nem tão pouco qualquer tipo de lógica.

2012/10/08

O calcanhar

Aquiles, mitologia grega:


Madjer, 27 de Maio de 1987:


Falcao, 7 de Novembro de 2010 (a noite dos 5-0):


Jackson Martinez, 8 de Outubro de 2012:



E é isto o que eu tenho a dizer do jogo de ontem. Pela segunda vez, na mesma baliza, vi um golo fenomenal ao vivo, daqueles que não mais se esquecem...

2012/10/05

Que 5 de Outubro?

Ainda não percebi porque se comemora o 5 de Outubro. A sério! Comemorar a democracia não será, porque na monarquia já existiam partidos e eleições. Por isso, só posso ver isto como uma manifestação de poder de uma certa esquerda e de certas sociedades (hoje pouco) secretas que não faz sentido nenhum continuar.

Imagem 31 da Armada
Em especial depois do que se passou hoje.

Pendurar uma bandeira de pernas para o ar, sinónimo de pedido de auxilio internacional no "velho" código dos tempos de guerras, é algo que não lembra a ninguém. Acredito que não foi feito intencionalmente. Mas todas aquelas personalidades estarem a ver a bandeira de pernas para o ar e não pararem, não corrigirem a situação, é algo que não percebo também!

Enfim, comemore-se o inicio da Nação no dia em que ela terá nascido - 24 de Junho! - ou quando muito comemore-se a restauração da sua independência - 1 de Dezembro! - mas deixem-se de parolices (ia dizer algo mais forte...) e ide trabalhar pelo futuro deste país se querem comemorar alguma coisa em 2013 porque da forma como isto está a ir, com a extrema esquerda a ter todo este tempo de antena, arriscamo-nos que, mais ano, menos ano, não seja só a independência financeira que perdemos...

2012/10/01

Dia Mundial da Arquitectura


É hoje, 1 de Outubro.

No mundo, festeja-se, celebra-se, comemora-se este dia.

Em Portugal, pelo menos a norte, a Ordem dos Arquitectos vai prolongar o dia pelo resto do mês com o Arq Out, um programa de actividades que durante todo o mês terá  actividades diversas no grande Porto para promover a arquitectura.

Em todo o caso, o meu post hoje tem mais a ver com o alerta este dia deveria ser. Porque, na realidade, mais do que comemorar, hoje deve ser um dia para alertar a sociedade dos problemas que esta classe, que é a minha, enfrenta.

Há mais de 20 mil profissionais no país. Cujo sector da construção atravessa a mais grave crise de que há memória. Só para se perceber o pouco que se constrói em Portugal hoje, fica um exemplo: estou a tratar da legalização de uns muros de uma casa construída em 1997; quando consultei o processo original da casa, de 1997, vi que havia entrado em Setembro e era o processo n.º 5980 da CM de Guimarães; em Maio passado, dei entrada de um processo de licenciamento, com o n.º 180... ou seja, em 9 meses de 1997 havia quase 6000 licenciamentos e este ano em 5 meses havia menos de 200...

No entanto, continuam a sair anualmente centenas de novos arquitectos das dezenas de cursos que estão a ser ministrados nas universidades portuguesas.

Já alguém parou para pensar nisto um pouco? Os pais dos jovens que lá entram hoje não vêm o que se passa, não lêem jornais, não vêem as noticias? O Ministério não vê o que se passa? E a Ordem não consegue fazer nada sobre o assunto que não seja criar mais e mais dificuldades em entrar na Ordem? Que país é este que continua a formar profissionais cujo futuro na sua imensa passa por emigrar ou encontrar trabalhos em áreas diferentes da arquitectura e nada faz para corrigir isso?

Que futuro para os arquitectos portugueses em Portugal? Ganham prémios internacionalmente, são conceituados, mas no próprio país não só são vistos, na sua maioria, como os "gajos que fazem uns desenhos e cobram uma pipa de massa" como não temos quase serviço hoje em dia. A regeneração urbana não avança porque, por um lado, o Estado não tem dinheiro para regenerar os espaços públicos e por outro lado os privados ou não têm dinheiro para avançar com projectos de investimento ou não têm confiança para investir, sabendo que os bancos quase não emprestam para crédito à habitação e que com o desemprego e falta de confiança na economia poucos têm coragem e possibilidade de comprar hoje em dia.

É uma encruzilhada o futuro da arquitectura em Portugal. Hoje não é dia para comemorar nada. Hoje, para mim, é dia para reflectir sobre o nosso futuro: enquanto classe, enquanto profissionais e enquanto país!

2012/09/24

Leituras [71] - A Sul. O Sombreiro, de Pepetela

Este "A Sul. O Sombreiro", é mais um romance de Pepetela que aborda a história da colonização portuguesa de Angola, neste caso o surgimento da cidade de Benguela ainda Luanda era uma pequena vila, pela vontade férrea e sonhadora de Manuel Cerveira Pereira, que com muitos esquemas, corrupção, abuso de poder, enganos e desenganos conseguiu "inventar" um reino de Benguela onde nada existia para convencer Filipe II de Portugal da validade da sua ideia, que era apenas enriquecer...

Dos vários livros que já li dele, muito me agradaram todos os "modernos" onde desmonta a sociedade angolana actual, mas também os "históricos" onde mostra que as bases, fundações, da sociedade de hoje se encontram remotamente, ligadas à colonização, claro, mas algumas "idiossincrasias" são já pré-colonização.

Esta história é engraçada pois com base em acontecimentos verídicos de vários personagens, desde logo o próprio Cerveira Pereira, mas também um personagem inglês que por lá andou, é construída uma narrativa à Pepetela onde as várias histórias se vão desfiando e convergindo para serem, no fundo, todas uma parte de uma história maior.

Excelente para se conhecer a história de Angola, da colonização de Portugal e dos povos angolanos - sim, porque o angolano não é uno, é antes resultado de muitas etnias que se guerreavam, se batiam por terrenos e peças.


Sinopse
""Manuel Cerveira Pereira, o conquistador de Benguela, é um filho de puta." Assim começa um grande romance de aventuras que nos conduz a Angola dos séculos XVI e XVII, enquanto Portugal vivia sob o domínio filipino. Entre lutas de poder, muitas conspirações, envolvendo governadores e ordens religiosas com os franciscanos e os jesuítas na linha da frente, travamos conhecimento com homens muito ambiciosos, com um inglês um pouco doido, e com os terríveis jagas, os guerreiros incomparáveis que povoavam os piores pesadelos dos brancos, ao mesmo tempo que nos deixamos encantar por um fugitivo que se torna um aventureiro e explorador de terras por desbravar.
O regresso de Pepetela com um empolgante romance ambientado nos primórdios do colonialismo, revelando uma época desconhecida da história de Angola."

2012/09/22

Ainda da regeneração e reabilitação urbana

Algumas conclusões a que cheguei depois de assistir ao Seminário Internacional de Regeneração e Reabilitação Urbana.

1. Há muita confusão entre REGENERAR e REABILITAR e outras palavras como requalificar e reconstruir. São tudo conceitos próximos e parecidos, mas não iguais e sinónimos. Obras como a REQUALIFICAÇÃO do Largo do Toural e Alameda em Guimarães foi, subrepticiamente, apresentada como REGENERAÇÃO. Obras como a RECONSTRUÇÃO do Chiado em Lisboa foi apresentada, subrepticiamente, como REABILITAÇÃO. Não o foram assim designadas nos documentos oficiais nem elas correspondem ao que quiseram, para o efeito, os oradores fazê-las passar.

2. Reabilitação pode ser dos espaços públicos ou do edificado, podendo este ser público ou privado. Normalmente não há investimento privado sem que o público não avance primeiro com a reabilitação do espaço público e por vezes até que crie pontualmente novos equipamentos públicos em edifícios reabilitados. O problema é que hoje não há dinheiro para o investimento público e não há crédito para o investimento privado e não há procura suficiente para rentabilizar os investimentos. E o problema da "Lei das Rendas" continua por resolver...

3. Regeneração depende das políticas e planeamento, sendo que o planeamento político é fraco e quase inexistente.

4. Regeneração pode ser casual e fragmentada, sendo que nestes casos não resulta porque se destina normalmente "turistificação" e à "museificação" dos espaços, deixam de ser para quem os habita e passam a ser para quem os visita, perdendo com isso a vida própria dos espaços e a sua característica própria.

5. O conceito "shrinking cities" vai passar a ser mais usado e ouvido falar no futuro. Se há cada vez menos gente nas nossas cidades (Porto perdeu 90 mil pessoas em 20 anos, Lisboa perdeu 250 mil pessoas nesses 20 anos) então há edificado a mais, que muitas vezes é melhor substituido por um vazio do que por outro edifício novo - a Alemanha tem usado esta teoria para refazer cidades do leste alemão com algum sucesso.

6. As cidades em Portugal com centro histórico estão a sofrer do efeito de "cidade donut", ou seja, os seus centros esvaziaram-se e nas radiais desenvolveram-se vários novos centros, pólos de atractividade que a "cidade do automovel" ajudou a consagrar.

7. Tem de haver uma mudança de paradigma na construção da cidade: tem que se fazer cidade a partir da cidade (existente) e não sobre a cidade (existente) como durante milhares de anos aconteceu (cidades por camadas "geológicas").

8. A cidade tem de ser feita COM as pessoas e não apenas PARA as pessoas. A participação através de consultas à população ou através dos orçamentos participativos vão ser, sem qualquer dúvidas, cada vez mais frequentes no futuro.

2012/09/20

Seminário Internacional de Regeneração e Reabilitação Urbana

Assisti hoje à primeira parte deste seminário com um tema muito interessante, porque aborda, talvez, a única coisa que poderá funcionar na indústria da construção em Portugal nos próximos 10 anos...

No entanto, este seminário é melhor no papel do que na realidade. Isto é, quem leu o programa pensou que ia ter Souto Moura e Siza Vieira a falar sobre estes assuntos cruzando-os com os seus trabalhos e, afinal um está no estrangeiro e outro está em convalescença e nenhum participou.

Para além disso, também Rui Rio não foi, pelo que das "estrelas" sobrou Rui Moreira e num seminário organizado por arquitectos e engenheiros, as melhores intervenções (de longe) foram de um geógrafo (Rio Fernandes) e de um economista (Carlos Martins) pois foram aquelas que não só puseram o "dedo na ferida" como também mais pistas deixaram para estes temas.

Por outro lado, a intervenção que Siza (não) fez através de um seu colaborador na intervenção que fez no Chiado, versava muito mais na reconstrução do que na regeneração e menos ainda do que na reabilitação. Espero que amanhã de manhã, na conclusão do seminário, pelo menos no painel "política" ainda possa assistir a boas intervenções. Espero com alguma ansiedade a do engenheiro Paulo Cruz que deverá versar a CEC2012, pois para além de seu administrador, era até assumir esse cargo o presidente da Escola de Arquitectura da UM que esteve muito ligada a uma das principais (e polémicas) obras deste evento, a requalificação do Largo do Toural (e mais uma vez aqui se foge um pouco ao tema, apesar da proximidade do mesmo)...

Uma última palavra para o local da conferência: a simbólica e icónica Casa da Música, na sua Sala 2. Não é confortável, não é o local para se fazer uma sessão de tantas horas - as cadeiras são perfeitamente disformes, não têm apoio de braços, ficam a 1/3 das costas, são duras... ainda estou "dorido" do dia todo lá sentado! É melhor escolherem um verdadeiro auditório de conferências, que há muitos no Porto, do que isto - o simbolismo do edifício não justifica tal tortura!

2012/09/19

14610 dias...

...aqui na Terra ou 40 anos, se preferirem!

Já é uma longa história. Mas espero que ainda tenha muito mais para contar... ;)

2012/09/16

Que Portugal queremos?

Tenho resistido a comentar, de cabeça quente, os desenvolvimentos dos últimos dias, da última semana, em Portugal após mais uma positiva avaliação dos nossos credores ao nosso programa de assistência financeira.

Tudo porque eu próprio me sinto confuso e dividido com o que se passa.

Primeiro porque não sei, não vejo alternativa credível para o que actualmente se passa quanto à contenção financeira que vivemos e necessidade de alterar estruturalmente o nosso país, de mudar hábitos de vida e de consumo. Por mais que as pessoas não queiram perceber ou se tenham esquecido, Portugal viveu durante os 6 anos do consulado de Sócrates do crédito: a nossa economia não produzia nem crescia o suficiente para gerar receitas para o Governo fazer todas as obras que fez nesse período de tempo, tendo para isso recorrido a várias formas de crédito (de empréstimos obrigacionistas a negociação directa de dívida com outros países) que fez com que o país, no seu todo, tivesse ficado a dever muito mais dinheiro do que aquele que alguma vez conseguiria gerar para pagar de volta os credores - para quem não se lembrar, a dívida pública era em 2004 de 90 mil milhões e em 2011 de 175 mil milhões - ou seja, quase duplicou nesse período de governação... Ora, como todos sabemos, quando pedimos emprestado temos de pagar de volta sob pena de perdermos os bens adquiridos (e até outros se estes entretanto se desvalorizarem) mas como neste caso os bens não são móveis nem sequer transportáveis (trata-se de escolas, estradas,  hospitais, coisas assim) tudo se complicou. Mais ainda quando se sabe do tipo de negócio (as famigeradas PPP's e a Parque Escolar e outras coisas que tais) que foram utilizadas para se investir - coisas que não geram receitas, que não se pagam nem são auto-sustentáveis.  E negociadas da maneira que sabemos...

Depois, porque não vendo alternativa, também não sei se esta é a melhor maneira de o fazer. Daí perceber bem as manifestações de ontem - mais do que outra coisa qualquer, foi o perder a esperança que muita gente ontem manifestou (outros, os mascarados dos petardos, tomates e garrafas atiradas às autoridades, foi o renascer da esperança de pela força fazerem a tão sonhada "revolução"...) e foi abrir a válvula da pressão acumulada neste último ano de tantos sacrificios feitos por todos - como dizia já Sá Carneiro, algures no pós-revolução, os "homens só se determinam e animam quando sabem o porquê e para quê dos sacrifícios que lhes pedem" - e também uma mensagem ao Governo sobre as últimas medidas tomadas.

Sim, porque aquilo que mais quebrou psicologicamente os portugueses - e por mim também falo - foi pedir mais sacrifícios a uns e liberar outros desses sacrifícios, isto é, a questão do aumento dos descontos da segurança social para os trabalhadores e a diminuição da TSU para as empresas. Percebo ambas as ideias, mas discordo de uma delas. Sei que a taxa da segurança social tem de aumentar para os trabalhadores (é matemática simples e pura: somos cada vez menos a trabalhar por diminuição de emprego e de população activa com idade para isso, há cada vez mais apoios sociais como reformas, subsídios de desemprego e RSI's a pagar, logo é evidente que cada um tem que contribuir com mais) mas o momento não é o ideal, menos ainda no valor proposto (mais 60%  de uma vez). Por outro lado, percebendo a ideia que está por trás da proposta das empresas pagarem menos TSU, julgo que no momento em que se pede sacrifícios a todos não se pode dizer a um grupo em particular que esses não têm de fazer sacrifícios e até recebem um bónus. Isso foi o choque. Felizmente, do que vou percebendo das várias declarações dos membros do Governo, há espaço para em Concertação Social os empresários abdicarem dessa baixa de valor e dessa forma os trabalhadores "apenas" terem de contribuir com a diferença daí  resultante.

Mas como entretanto o mal está feito, agora será preciso mais para "adoçar" a boca de todos para se sentirem mais satisfeitos. Para encontrarem novamente determinação de realizar os sacrifícios pedidos e necessários.

Daí a minha pergunta: que Portugal queremos?

Aquele que Mário Soares, Manuela Ferreira e todos os dessas gerações nos trouxeram até aqui? São esses os sábios e experientes que nos vão ajudar a sair deste buraco onde nos meteram? Não brinquem comigo...

Ou queremos um diferente, que esteja a mudar estruturalmente o país, apesar da Constituição que temos? É experimental, sim. Pode não resultar, é verdade. Mas entre as experiências de 1974-2011 e isto, eu ainda prefiro isto. O Estado tem e está a emagrecer. Ainda não está tudo feito, mas este Governo tem apenas um ano de vida! Esperavam resolver os problemas conjunturais e estruturais de mais de 30 anos de má governação e opções com um ano de Governo? São utópicos ou lunáticos, então. Já li e ouvi várias pessoas dizerem que isto não se resolve numa legislatura, nem numa década e só muito dificilmente se resolverá numa geração (ou seja, 25 anos) e concordo em absoluto. A questão é que em 37 anos de Governos as coisas só pioraram. E este Governo, para o bem ou para o mal, teve a coragem de iniciar cortes onde a factura era mais pesada: nos ordenados que paga aos seus mais de 700 mil funcionários, nas áreas cujo peso é maior na factura anual (saúde, educação, obras públicas) e apesar de ainda ter muito caminho a percorrer, a verdade é que já conseguiu mais que todos os anteriores fizeram que apenas engordaram e aumentaram "o monstro" do défice..

Este é o Portugal que quero do futuro - com menos Estado, com mais regulação.  Por exemplo, ainda hoje discutia no Facebook sobre o facto de não haver regulação nas vagas dos cursos das universidades, ao constatar que na minha área há mais de 20 mil arquitectos inscritos na Ordem e que o sector da construção está numa crise de tal forma que primeiro que o mercado absorva todos estes profissionais, vai demorar anos e anos. O Governo tem condições de regular ou de ter organismos que o façam o número de vagas desta profissão, por exemplo, pois é o Ministério que autoriza o funcionamento dos cursos, ou poderá criar um organismo que faça esse tipo de trabalho. É uma irresponsabilidade as universidades estarem a abrir tantas vagas de arquitectura. Ou de ensino. Ou de advogados. Porque são quadros, são cérebros, que ou emigram ou só uma pequena parte tem emprego na sua área garantido, pois não há emprego no país para todos.

Eu, por mim, ainda dou a este Governo tolerância. Acredito que Passos Coelho saberá ler e ouvir o que escrevem e dizem os cidadãos e os próprios militantes do seu partido. E que saberá fazer as correcções necessárias à sua proposta, mantendo a austeridade e cortes necessários, mas mudando a incidência sobre quem estes recaem e sobre a forma como os aplica.

Acima de tudo, como bem disse hoje Paulo Portas, cair o Governo agora era deitar fora todos os sacrifícios feitos até ao momento. E pior, era abrir portas aos irresponsáveis socráticos que ainda aí andam e que nos puseram neste estado - a alternativa que Seguro propõe é voltar à política de incentivos e apoios do Estado que Sócrates e os anteriores praticaram e que, como sabemos, não produziram crescimento económico (nos últimos dez anos raramente passou o 1% de crescimento) e aumentaram a nossa dependência dos credores externos ao ponto de obrigar à actual humilhante assistência externa dos credores corporizada na "Troyka" e que no fundo nos retira muito da nossa soberania, devolvida exame após exame e num espaço de tempo que não deve aumentar nem num montante que não deverá ser maior que o já negociado - sob pena de estarmos mais tempo sob o jugo da Troyka e de dependermos ainda mais deles financeiramente! Por isso é que eu entendo a "obstinação" do Governo em cumprir no prazo e no montante previsto o acordo de assistência: é que quanto mais depressa o for feito e dentro dos limites contratados, mais depressa seremos autónomos e nos veremos livres deles...

A questão que fica é se teremos desta vez aprendido a lição que não aprendemos nas duas anteriores vezes de assistência externa financeira e se mudamos a estrutura do orçamento português ou se tudo continuará na mesma rumo a nova intervenção cíclica... eu que estou prestes a fazer 40 anos e que assisto à primeira assistência externa financeira em adulto mas a 3ª na minha vida, gostaria que esta fosse de vez e a última... É preciso mudar Portugal, mesmo!

2012/09/11

11 vezes 9-11

11 anos se passaram do 11 de Setembro ou, como dizem os americanos, do "nine-eleven".

Convém não esquecer, até porque muita da crise que hoje padecemos entronca directamente nesse dia. Porque esse dia foi tão especial para toda o mundo civilizado ocidental e tão determinante nas liberdades e na economia mundial, não podemos esquecer e teremos de lembrar sempre o dia em que alguns fanáticos usaram meios civis para abater alvos civis e matando milhares de civis. Tudo em nome da religião. Triste, muito triste...

2012/09/03

Hulk rende 60 milhões...


...mas não há milhões que paguem a falta que ele vai fazer no estádio! E agora, quem vai marcar golos à Hulk como aquele contra o Sporting na última jornada lá disputada? Ou aquele contra o Apoel? Ou o seu 1º golo desta época, contra o Vitória, numa jogada e remate "à Hulk"?

O seu vazio é muito maior que os 60 milhões (na realidade, apenas 40 para o FC Porto que detinha apenas 85% do passe) que rendeu, mas a força do mercado e das contas a isto devem ter obrigado...

Nestes anos, e já são muitos, que vou ao futebol ver o meu FC Porto tive a felicidade de ver alguns dos melhores jogadores europeus e mundiais lá pisarem o relvado, felizmente muitos com a camisola do "meu" FC Porto: Cubillas, Futre, Gomes, Baia, Fernando Couto, Jardel, Quaresma, Lucho, Falcao, Moutinho, Hulk... Só isso me conforta cada vez que um destes jogadores sai da equipa: sei que, mais cedo ou mais tarde, outro virá que será tão bom como o que sai...

Ao Hulk, a melhor das sortes. Desejava mais para ele, um clube de topo da Inglaterra ou Espanha. Mas esta foi a sua oportunidade e ele achou que seria de aproveitar, tal como o clube. Espero que não seja um passo atrás na carreira futebolística apesar de acreditar que tenha sido um passo em frente na sua "carreira" bancária...

2012/08/31

Dois dínamos e um novo-rico árabe

Foi isto o que ditou o sorteio da Liga dos Campeões para este ano. Um velho conhecido e bom presságio de competições, os longínquos ucranianos do Dinamo de Kyev onde joga agora Miguel Veloso. Complicados, mas podem ser acessiveis se o FC Porto jogar como jogou no último fim de semana.

O outro Dinamo, o de Zagreb, é dominador na Croácia e joga lá outro português, este formado no FC Porto, onde era capitão dos escalões jovens e foi uma promessa adiada até ser cedido ao Sporting, Tonel. Aparentemente é o clube mais acessível do grupo, mas depois do ano passado ter visto o Apoel fazer o que fez, já não digo mais nada...

Por último, um dos clubes que mais tem investido (ou talvez mesmo o que mais investiu) desde há coisa de um ano ou dois, os franceses do PSG e que têm uma série de mais-valias individuais mas que, pelo que me parece, ainda não têm uma "equipa" propriamente dita. Mas quem tem craques como Ibrahimovic só pode esperar espectáculo desses jogos. Em teoria deverão ser os favoritos do grupo, mas isto da atitude dos jogadores em campo tem muito mais que se lhe diga do que parece...

Previsão: 2º lugar no grupo. A correr muito bem, o primeiro. A correr à "Vítor Pereira", o 3º já não é mau prémio de consolação. Inadmissível: ficar em último...

AH! E faltam 24 horas para encerrar este agoniante mercado de Verão e o Hulk e o Moutinho (ainda) não saíram...

2012/08/26

O campeão voltou...

Será o Panenka? Será o Postiga? Não, é mesmo o Jackson
Martinez a mostrar serviço!
(imagem FC Porto)
...às grandes noites e exibições!

Que me perdoem os  meus amigos vitorianos, mas hoje, de facto, foi sem espinhas! Um grande jogo do FC Porto, como eu já não via há mais de um ano, pelo menos desde que o André Villas Boas deixou o comando.

Boa circulação, pressão, jogadas bem construídas, oportunidades, golos e até um penalti "à Panenka" pelo Jackson para se estrear a marcar perante os seus adeptos!

Que mudança radical da equipa, ou melhor, da vontade da equipa, entre o último domingo em Barcelos e este jogo! Assim, sim, dá gosto ir ao futebol. Não é pela goleada só, porque esta foi consequência do futebol praticado - é pela garra, velocidade, bom entendimento, vontade de marcar.

Só espero que este bom futebol tenha voltado para ficar, que não tenha sido um lapso no futebol enfadonho, lento, mastigado que tem sido corrente do consulado de Vitor Pereira...

2012/08/20

O anti-ciclone

(foto Publico)
Afinal o Gordon, o ciclone-furacão não passou de uma tempestade tropical e que passou ao largo das ilhas açoreanas. Felizmente para as populações mas uma verdadeira frustração para a comunicação social que aguardava com as suas reportagens em directo das ilhas e do Instituto de Metereologia a catástrofe alheia.

Restam, por isso, algumas fotos da ondulação mais forte e do Satelite da NASA.