2013/10/21

Leituras [78] - O Principe da Neblina, Carlos Ruiz Záfon

Este foi outro livro que li numa penada. Para já, porque é pequeno e lê-se assim muito rapidamente. Mas também porque é, como o autor me habituou, fácil e agradável de ser lido.

A primeira parte da trilogia de contos "Neblina" que o autor nos vai brindar nos próximos tempos.

Este sobre um estranho e diabólico ser, "O Príncipe da Neblina" que realiza qualquer desejo a preços muito elevados, como seria de esperar. E é quando os Carver ocupam uma casa abandonada há longos anos na costa sul inglesa que toda a história se desencadeia.

Sinopse:
O primeiro livro da trilogia Neblina.
Um diabólico príncipe que tem a capacidade de conceder e realizar qualquer desejo... a um preço muito elevado. O novo lar dos Carver, numa remota aldeia da costa sul inglesa, está rodeado de mistério. Respira-se e sente-se a presença do espírito de Jacob, o filho dos antigos donos, que morreu afogado.As estranhas circunstâncias dessa morte só se começam a perceber à medida que os jovens Max, a irmã Alicia e o amigo Roland vão descobrindo factos muito perturbadores sobre uma misteriosa personagem de seu nome… o Príncipe da Neblina.

2013/10/20

Leituras [77] - Inferno, de Dan Brown

Já o acabei de ler há tanto tempo e tão rapidamente que até já li outro livro depois deste!

E que excelente livro que este é.

Novamente passado em Itália, desta vez a acção deste "Inferno" centra-se na bela cidade de Florença, que nos é descrita até nos pormenores menos conhecidos.

Uma empolgante história com os habituais turn-overs a que o autor já nos habituou e que em capítulos curtos e empolgantes se desenvolve a uma cadência que nos faz querer sempre mais um.

Gosto do género: mistura de história das artes e locais famosos com factos reais e romanceando algumas coisas, obtém-se uma história fantástica.

Vale bem a pena a leitura.

Sinopse:
«Procura e encontrarás.»
É com o eco destas palavras na cabeça que Robert Langdon, o reputado simbologista de Harvard, acorda numa cama de hospital sem se conseguir lembrar de onde está ou como ali chegou. Também não sabe explicar a origem de certo objeto macabro encontrado escondido entre os seus pertences.
Uma ameaça contra a sua vida irá lançar Langdon e uma jovem médica, Sienna Brooks, numa corrida alucinante pela cidade de Florença. A única coisa que os pode salvar das garras dos desconhecidos que os perseguem é o conhecimento que Langdon tem das passagens ocultas e dos segredos antigos que se escondem por detrás das fachadas históricas.
Tendo como guia apenas alguns versos do Inferno, a obra-prima de Dante, épica e negra, veem-se obrigados a decifrar uma sequência de códigos encerrados em alguns dos artefactos mais célebres da Renascença - esculturas, quadros, edifícios -, de modo a poderem encontrar a solução de um enigma que pode, ou não, ajudá-los a salvar o mundo de uma ameaça terrível…
Passado num cenário extraordinário, inspirado por um dos mais funestos clássicos da literatura, Inferno é o romance mais emocionante e provocador que Dan Brown já escreveu, uma corrida contra o tempo de cortar a respiração, que vai prender o leitor desde a primeira página e não o largará até que feche o livro no final. 
Críticas de imprensa«O Inferno está repleto de truques (…) O senhor Brown acaba não só por nos deixar um trilho de migalhas acerca de Dante (afinal de contas, isto é o Inferno), mas também por brincar com os conceitos de tempo, género, identidade, célebres atrações turísticas e medicina futurista.(...)
A grande ênfase está na prodigiosa pesquisa e na paixão por factoides que enformam as histórias do senhor Brown, a facilidade com que os põe em ação, os truques engenhosos e os grandes clímaces.»
The New York Times
«O mais próximo que um livro pode ser de um filme de verão estrondoso.»
USA Today
«Rápido, inteligente, bem informado. Dan Brown é o mestre do thriller intelectual.»
The Wall Street Journal
«Dan Brown no seu melhor.»
The Washington Post
«Puro divertimento, mensagens codificadas, história da arte, ciência e uma catástrofe iminente.»
Daily News

2013/10/17

O fim do iGoogle é a 31 de Outubro

Sim, leram mal. Eu não disse do Google. Disse do iGoogle!

Que é dos mesmo donos e funciona como uma página de entrada do browser com várias caixas que nos trazem aplicações como jornais, caixa de gmail, count-downs, notas, jogos, metereologia, calendários e outras coisas mais. Há anos que a uso como página de entrada, uma página do Google personalizada à nossa medida. Há coisa de um ano atrás, a Google anunciou que ia encerrar. E agora, diariamente, anda a relembrar isso mesmo.

Faltam 15 dias, dizem eles. Convidam-me a usar o +Google - que é uma especie de cronologia do Facebook e não um agregador de sites noticiosos e aplicações - não é o mesmo e para isso já tenho o Facebook.

Não percebo porque é que acaba o iGoogle. A página de entrada nunca mais será a mesma...


2013/10/05

Jorge Álvares: 500 anos depois de chegar à China

Estátua de Jorge Alvares, na Praça Jorge Alvares,
em Macau (foto Wikipedia)
Assim o diz a estátua em sua honra na praça com o mesmo nome, Jorge Alvares.

Faz este ano de 2013 os 500 anos que Jorge Alvares aportou na ilha de Lin-Tin, hoje Hong Kong, tendo sido, segundo os registos, o primeiro europeu a chegar à China pela via marítima, oriundo da Malaca.

Mais uma vez, Portugal passou ao lado desta data (pelo menos que saiba...) e parece que continua a haver gente em Portugal que em vez de ter orgulho de uma gesta de gente que teve a coragem de embarcar em "cascas de noz" e atravessar mares desconhecidos, permitindo que ainda hoje a nossa língua e cultura esteja espalhada por todos os continentes, mas dizia eu que em vez de ter orgulho, essa gente parece ter vergonha.

Pois quem vive a Diáspora, como eu, e para mais teve a felicidade de a viver nos locais por onde os portugueses estiveram há 500 anos, em tenho muito orgulho e estou muito grato a estes nossos antepassados - sem eles, sem a sua coragem, sem os novos mundos que deram ao mundo, eu não teria tido a oportunidade de ter estado no Lobito ou em Macau...

2013/10/02

Autárquicas 2013 [3] - O distrito de Braga

Fiquei surpreendido, por um lado, e não fiquei, por outro, com os resultados distritais.

Tabela dos resultados do distrito de Braga (fonte: DGCI)

Surpreendido porque não esperava um comportamento de excelência das coligações do PSD-CDS no distrito. Não fiquei surpreendido porque, conhecendo pessoalmente alguns dos candidatos e os concelhos em causa relativamente bem, sabia que as coisas iriam correr bem.

Não posso, como é evidente, deixar de saudar a estrondosa vitória do amigo Ricardo Rio em Braga! Porque não só ganhou, como soube-o fazer de forma expressiva, terminando com o "reinado" do mais antigo autarca do país, Mesquita Machado. E conseguiu-o porque foi perseverante, porque desde que se candidatou em 2005 a primeira (época em que o conheci) percebi que as suas qualificações o guindavam para aquele dia, mais cedo ou mais tarde, porque não desistiu de Braga e tentou novamente, ainda sem sucesso, em 2009 para apenas em 2013 conseguir a almejada e merecida vitória. Um exemplo para Guimarães, não se deve trocar de candidato sem mais nem menos quando o actual, mesmo não tendo vencido, tem qualidades, projecto e equipa que permitem a aspirar à vitória.

Outro resultado marcante for a vitória, que eu esperava apesar de saber difícil, em Vieira do Minho. Sabia que a equipa e o candidato eram bons, não sabia até que ponto um concelho dominado pela máquina instalada no poder (à semelhança de Guimarães...) teria a "coragem" de mudar. Teve. Felizmente, porque agora o ar de Vieira do Minho, mesmo sem a Epmar, é respirável...

Depois, a manutenção dos municípios que já eram presididos pela coligação, como Famalicão, Esposende, Póvoa de Lanhoso, Vila Verde e Celorico de Basto era esperado, sendo que a novidade foi a expressão dos resultados, mormente em Famalicão e Esposende.

Das que perderam, para além de Guimarães, também Vizela e Fafe tiveram comportamentos razoáveis, em especial em Vizela onde as habituais "cabazadas" deram lugar a uma vitória renhida.

Surpresa foi o resultado da lista de independentes em Fafe que quase ganhava a CM, ficando a uns meros 15 votos de superar o eterno PS de Fafe.

Menos bom apenas os resultados de Amares, Cabeceiras e Barcelos. Em especial, este último, que em tempos era um forte bastião do PSD, agora não consegue recuperar a credibilidade que já ali teve.

Apesar de tudo, 7 municípios em 14, quando antes eram apenas 5 presidências, é um excelente score, talvez o melhor do país no que toca ao PSD ou coligações PSD-CDS, para mais quando a erosão do Governo nacional se fez (faz) sentir enormemente neste momento. De parabéns, duplos, o Paulo Cunha, quer pelo trabalho realizado no distrito, quer no seu concelho onde sucedeu ao carismático Armindo Costa com melhor resultado do que a ultima eleição de 2009! Teve o mesmo número de Câmaras que o PS, mas conquistou a capital de Distrito e teve mais votos e mais percentagem que o PS (42,43% na soma de todas as coligações e PSD por si só contra 38,76% do PS) e foi o grande vencedor deste distrito.

2013/10/01

Autárquicas 2013 [2] - Resultados de Guimarães

Não foram, como se sabe, os que eu gostava que tivessem sido.

Quadro comparativo dos resultados autárquicos em Guimarães 2009-13 - Fonte: DGAI

O PS ganhou em quase todos os campos. Teve mais votos, mais mandatos, mais presidências de juntas de freguesia. Mas perdeu votos, perdeu muitos votos, perdeu 8.419 votos, colocando-se quase ao nível de votação de 1989 e inferior, por isso, a todas as demais eleições de António Magalhães.

A CDU, ao contrário do que aconteceu nacionalmente, não conseguiu melhorar a sua performance quer em votos, quer em eleitos. E, pior, perdeu a emblemática Vila de Pevidém para a Coligação e ficou reduzida à presidência da Junta de Gondar, mas em minoria, tendo perdido a maioria para a Coligação que conseguiu passar de 1 para 2 eleitos lá.

O BE foi, tal como a nível nacional, um desastre. Perdeu votos, eleitos e quase desapareceu do mapa autárquico vimaranense, tal como do país. A liderança repartida não consegue compensar a ausência do todo-poderoso Louça e o partido, ou a coligação de partidos e interesses desagrega-se não fosse a imprensa levar ao colo o BE, já teria desaparecido, qual PCTP-MRPP.

A outra coligação de Guimarães, o PPM com o PPV, não surtiu qualquer efeito e nem aos mil votos chegou. Apesar de tudo, dobraram o número de votos que a soma de ambos os partidos obteve nas últimas eleições Legislativas em Guimarães. Mas mesmo que esta coligação tivesse concorrido com a Coligação Juntos por Guimarães, a soma aritmética desses poucos mais de 800 votos em nada alterava as contas finais, mantendo a Coligação os 4 vereadores eleitos.

Por último, o PCTP-MRPP quase desapareceu do mapa, restando agora pouco mais de 400 eleitores que ainda confiam, vá-se lá saber porquê...

Já analisando os resultados da Coligação Juntos por Guimarães, que apoiei, assumo que perdeu e estava a "jogar" para ganhar. No futebol, diria que perdeu a final mesmo tendo jogado um futebol bonito e melhor que o adversário.

Mas a Coligação teve, apesar de tudo, um excelente comportamento. Vejamos:

  • cresceu 1107 votos em relação à soma de votos PSD+CDS em 2009, sendo que foi o único concorrente que entre 2009 e 2013 aumentou a sua base de apoio, pois o PS, a CDU, o BE e o PCTP-MRPP perderam todos votos, tendo aumentado o numero de inscritos entre ambas as votações;
  • aumentou de 3 para 4 vereadores a presença no executivo municipal;
  • teve o melhor resultado autárquico de sempre, superando até em votos as vitórias de António Xavier e apenas ficando em % atrás das suas duas vitórias (ver historial de resultados coligido pelo amigo Amaro das Neves no seu Memória de Araduca), ou seja, nunca o PSD ou uma coligação em que estivesse envolvido teve tantos votos em Autárquicas, em Guimarães.
  • a Coligação venceu metade das Juntas de Freguesia das vilas (Caldelas, Pevidém, S. Torcato e Serzedelo) e ainda freguesias importantes como Sande S. Martinho e, particularmente, Ponte.
  • a Coligação venceu o simbólico centro da cidade (a Junta de Freguesia da União das Freguesias de S. Sebastião, S. Paio e Oliveira).
  • perdeu menos mandatos na Assembleia Municipal do que a proporção de perda de deputados entre as legislaturas (isto é, passou de 70 para 49 deputados a composição da AM, uma redução de 30% de eleitos, mas a Coligação ficou com 19 deputados quando antes tinha 25 na soma PSD+CDS, uma perda de apenas 24%).
  • aumentou o peso de presidência de Juntas de freguesia: tinha a presidência de 19 Juntas de Freguesia (27% do total de freguesias) e agora, após a agregação, tem a presidência de 14 Juntas de Freguesia (29% do total de freguesias).
  • e mais importante, quanto a mim, diminuiu a diferença para o PS de 20.035 votos para cerca de metade, 10.509 votos.

E é este último número que me deixa confiante para o futuro.

Porque num momento tão difícil para os representantes do PSD e do CDS se apresentarem a votos, devido à crise financeira que ainda atravessamos e porque conotados com as medidas gravosas que têm de ser aplicadas no país pelo Governo, conseguir recuperar 10 mil votos de diferença é algo de extraordinário e demonstrativo da qualidade do projecto apresentado. Não fosse a base de partida tão má, e talvez hoje as coisas fossem diferentes.

Ricardo Rio debateu-se com o mesmo problema em Braga quando se candidatou pela primeira vez em 2005. Tinha uma diferença brutal para o PS que não seria fácil de reverter. Foi perseverante e foi diminuindo a diferença a cada eleição até que finalmente agora conseguiu ganhar.

É neste exemplo que devemos colher inspiração.

Por mim, nomeava desde já o André Coelho Lima o candidato para 2017. Porque fez um trabalho exemplar e merece ver renovada a confiança para trabalhar para a vitória nas próximas autárquicas. Eu continuo a acreditar no seu, no nosso projecto.