2014/09/20

Macau que se vai perdendo

Todos os dias um pouco de Macau do antigamente desaparece sob o peso da modernidade dos resort-casinos do Cotai e dos investidores das torres de escritórios e habitação no centro de Macau.

Mas ainda se encontram, aqui e ali, pedaços de história. História que eu também vou descobrindo e conhecendo aos poucos, graças aos vários blogs que se encontram aqui nesta plataforma com explicações fantásticas sobre o passado de Macau.

Desde que me mudei para a nova empresa que os meus percursos de casa-trabalho-casa foram alterados. E nesse percurso (re)encontrei o velhinho Casino Macau Palace.

Neste blog, descobri que este  foi o primeiro casino de Macau, do Stanley Ho, como é evidente, tendo aberto as portas em 1962, antes ainda do primeiro casino (em terra) que foi no Hotel Estoril, do outro lado da praça onde hoje vivo (a Tap Seac) e que está igualmente ao abandono.

Apesar de Angela Leong (deputada em Macau, administradora da empresa STDM - novamente, do Stanley Ho - e 4ª mulher deste empresário...) ter prometido em 2012 recuperar este casino flutuante e transformar o mesmo num Museu, pelo visto nada foi feito de então para cá e o casino flutuante continua a degradar-se a olhos vistos.

O que se lamenta, porque até está numa zona arejada e minimamente arranjada - apesar das inúmeras torres que o Fai Chi Kei tem - o local onde hoje se encontra, que é já a 3ª pois abriu em 1962 na Ponte 12-B, mais tarde passou para a zona do Porto Exterior e só agora foi colocado nesta zona interior do Fai Chi Kei. Se bem me lembro, em 1997 quando aqui estive, tive um jantar (ou almoço?) no restaurante deste casino flutuante que havia sido completamente renovado no ano anterior, segundo o que li no já mencionado blog.

Macau tem características únicas e fantásticas. Tem uma história de integração da diversidade de culturas que não sendo caso único no mundo, é, quanto a mim, caso único na Ásia.
Se o Governo e a STDM de Angela Leong deixarem perder-se este património único e notável penso que é um atentado contra o passado e o futuro desta maravilhosa cidade. E Macau não merece isso...

2014/09/16

Kalmaegi [gaivota]

Uma gaivota voava, voava...

E esta kalmaegi (gaivota em coreano, que assim baptizou este tufão) voou ao largo de Macau (a cerca de 300km) mas foi o suficiente para, finalmente e já em final de época, ter sido um tufão de grau 8 (a 3ª mais elevada de uma escala compreendida pelos graus 1,3,8,9 e 10) e assim ter suspendido os trabalhos e transportes em Macau, encerrado as pontes e escolas e dando uma folga generalizada aos trabalhadores de Macau.

Ontem à noite, quando me deitei, não pensei que o tufão chegasse ao 8. No entanto, talvez pelas intensas chuvadas pela noite dentro (que não ouvi...) e inundações que causou na zona do Porto Interior, acabei por acordar com a noticia do tufão já em grau 8. Aliás, neste ano e meio que levo aqui em Macau foram poucos os tufões que atingiram o território e este foi apenas o 2º de grau 8 - sendo que até agora ainda experienciei nenhum superior, felizmente - e hoje este não foi mais que leve 8 com algumas chuvadas mais fortes e rajadas de vento que quase não provocaram danos de maior aqui em Macau: ao que sei, apenas uma mão cheia de feridos ligeiros e algumas árvores e publicidades caídas.

E este ano têm sido muito poucos os tufões nesta zona do globo (este foi o 15º quando normalmente são mais de 20) e aqui ao território, que me recorde, apenas 3 passaram muito ao largo.

Segundo ouvi o director do SMG dizer na televisão, tal deve-se ao facto de este ser um "ano neutro", isto é, de não ser ano daquele fenómeno das marés conhecido como "El Niño" ou "La Niña" que, aquecendo mais as águas dos oceanos, fazem com que se extreme a ocorrência dos tufões.

Em todo o caso, se aqui em Macau apenas temos levado com as "franjas" dos tufões, em países vizinhos tal não tem acontecido. As Filipinas, por exemplo, foram atravessados por inúmeros tufões este ano que mataram muitas pessoas - umas dezenas - e até a costa chinesa mais a oeste de Macau, na zona de Hainan, muita gente tem sido evacuada das zonas costeiras por causa da força com que os tufões têm atingido aquela zona.

2014/09/11

Songs of Inocence, U2

Os U2 estão de volta!

Esperado para este ano, o álbum era mais provável sair em Outubro. Mas um tremendo golpe de marketing da Apple, fez coincidir com o lançamento do seu novo iPhone 6 (e 6 Plus) com o lançamento do novo álbum (e grátis no iTunes para quem tem conta lá, e são mais de 500 milhões em todo o mundo!) que foi intitulado de "Songs of Inocence".

E é um álbum ao melhor estilo daquilo que os U2 são (ainda hoje) capazes de produzir. Confesso que não fiquei muito impressionado à primeira audição mas depois de ter estado a tocar em modo "repeat" no iPad e iPhone, rendi-me à evidência.

Tem o rock, tem as baladas, tem as batidas mais techno, tem homenagem a Joey Ramone e aos Beach Boys e tem letras como só Bono escreve, que falam do dia-a-dia de todos nós e da ética dos políticos, das guerras, do futuro e do passado do próprio grupo e de Bono (com referência mais explicita na canção 8, "Cedarwood Road", a rua onde Bono cresceu na sua Dublin natal.

Gostei muito das músicas 1, 3, 6, 10 e 11 - mas no geral gostei de todo o álbum e do alinhamento conseguido.

Quem sabe não esquece. Cinco anos depois do último álbum, eles mostram que não se esqueceram e que continuam a saber. Muito.

Alinhamento:
1. The Miracle (of Joey Ramone) 
2. Every Breaking Wave 
3. California (There is No End to Love) 
4. Song for Someone 
5. Iris (Hold Me Close) 
6. Volcano 
7. Raised by Wolves 
8. Cedarwood Road 
9. Sleep Like a Baby Tonight 
10. This Is Where You Can Reach Me Now 
11. The Troubles

2014/09/07

Macau, parte 2: Leighton

Como já muitos saberão, começo amanhã uma nova aventura profissional em Macau.
Depois de mais de um ano a trabalhar com a Westar Architects International, o ramo de Macau da grupo Westar Architects dos EUA (Las Vegas e Philadelfia), irei agora passar para uma das maiores construtoras do mundo, o grupo Leighton, mais propriamente na Leighton Asia.

Originário da Austrália, tem obras no continente australiano e em toda a Ásia (desde o sudeste da China onde estou até ao extremo oriente) e India, sendo o grupo o 11º construtor mundial.

Eu vou estar a trabalhar na construção do mega-casino Wynn Palace, aqui em Macau. Podem ver um pequeno resumo da obra aqui. Esta mega-construção ocupa a área de 21 hectares (!) no aterro do Cotai e compreende a construção de mais de 450.000m2 (!!) de área de pisos, entre áreas de jogo, hoteis, centro de convenções e áreas comerciais - e ainda um lago de 30.000m2, o tamanho de 3 campos de futebol (!!!) para um show de luz.

Aspecto do Wynn Palace ainda no seu inicio, há cerca de 2 anos atrás.

Será um desafio enorme. Quanto mais não seja, pelas dimensões da obra! Mas que estou ansioso por abraçar!